A moda agora é elogiar o Fernando Diniz. Vários jornalistas dizem que se trata de um exemplo a ser seguido, um cara sem medo, inventivo, que gosta de futebol bem jogado e sai da mesmice do nosso futebol.
Eu já prefiro aquela declaração do velho e bom Muricy: Quer ver espetáculo vá ao circo.
Muitos gostam de citar mestre Telê como treinador que gostava do bom futebol. Isso é
verdade, mas deu certo, ou seja, venceu campeonatos, quando mesclou algumas coisas.
Eu como torcedor apenas, sempre gostei do futebol de muita marcação, talvez por começar a freqüentar o Morumbi no tempo do SPFC de Rubens Minelli.
Mestre Telê teve no time da copa de 1982 um exemplo eterno de bom futebol de um time que nada ganhou. Eu tinha 19 anos naquela copa e chorei após a derrota para a Itália. Na época, a grande discussão na minha turma e família, muitos gostavam de futebol, era a escalação que o Telê fez e a escalação que deixou de fazer naquele time dos sonhos que foi castigado pela realidade. Eu adorava o futebol do Toninho Cerezo, mas o achava um ótimo segundo volante e não primeiro, assim como o Falcão. Eu queria, na época, que o primeiro volante fosse o Batista, que fazia dupla de volantes campeã no Internacional de Porto Alegre. A cozinha fica melhor guardada com volantes de marcação. Mestre Telê aprendeu isso e escalou um time diferente em características naquele SPFC de 1992, onde Cafú era ponta, ou seja, um super marcador. Os volantes e a zaga faziam uma defesa para lá de segura.
Rogério Ceni começou sua carreira de treinador também fazendo experiências e botando o
time para frente. Perdeu tudo de forma vergonhosa no SPFC, inclusive o emprego. Agora
treina o Fortaleza já com alguns aprimoramentos. Mas no campeonato eliminatório perdeu e no campeonato por pontos corridos vai bem. Jogar mata-mata é diferente de jogar pontos corridos.
Agora temos Aguirre no comando do nosso futebol, um treinador que sabe cuidar melhor da defesa do que do ataque. A campanha até aqui invicta no brasileiro tem 4 empates e 2 vitórias, com poucos gols sofridos e marcados. O último trabalho dele antes do SPFC foi na Argentina, onde ele foi bem, mas saiu com esta fama de não saber montar o ataque. Assim foi o Paton, que sabe fechar a casinha, mas não sabe abrir a casa do adversário. Já o Ozório, ídolo do nosso ídolo Rogério Ceni é tido como um professor pardal,que inventa coisas, muda o time a toda hora a ponto de não sabermos o time titular e não vence campeonatos.
Zagalo foi o treinador do time dos times de futebol: A seleção brasileira da copa de 1970. O cara inventou uma coisa que mudou o futebol para sempre: Até ali, a maioria dos times
jogavam no 4.3.3 com pontas abertos que pouco marcavam. O velho lobo surpreendeu o
mundo ao escalar Rivelino como “falso ponta”. Fechou o meio e ganhou a copa, encantando o mundo do futebol.
Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.
Carlito Sampaio Góes é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.
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“não NOS esqueçamos” (esse aplicativo seria reprovado no Enem)!
Concordo em vários aspectos contigo. Antes do Minelli tivemos também o Poy, que tinha grande apreço pela defesa. E não nós esqueçamos de Rojas, que nos classificou em 2003 para a Libertadores e montava um ferrolho como poucos!
No mais, apesar de contar com o jovem Edu em 1970, só um Lazaronni não escalaria o Rivelino…
Por falar em treinador, imaginem se fosse um técnico do SPFC que chamasse a imprensa de mentirosa, como ocorreu com o Fábio C.!
Sairia um editorial indignado do Estadão e Globo…
“Não nos esqueçamos”. (esse aplicativo seria reprovado no Enem…).