Além das 4 linhas – Salve o Tricolor Paulista!

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Quem sou eu para ser ouvido pelo SPFC ou pela torcida do SPFC? Mas desde que escrevo neste espaço, e lá se vão 10 anos, escrevo que clube grande precisa de treinador grande. Fui pesquisar a lista de treinadores que o clube contratou desde a saída de Muricy em 2009 e a
conclusão é clara é óbvia: Com rigor nenhum deveria ter sido contratado.

Nenhum treinador do pós Muricy tem o tamanho do SPFC, tem um grande e vitorioso currículo. Aquela política do clube de que o salário do treinador tem teto é mais ultrapassada do que qualquer coisa. Eu
faço uma ressalva ao Paton, que tem uma Libertadores na carreira e uma semi final com o SPFC quando fomos eliminados sem ter reservas para Ganso e Kelvin, dois caras que estavam encaixados no time. Mais ou menos o que ocorreu com Aguirre em 2018, que não tem currículo vencedor.

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Em minha opinião, desde que a FIFA resolveu acabar com o futebol arte, diminuindo drasticamente o tamanho do gramado, a tática passou a ser a coisa mais importante de um time de futebol. O gramado do Morumbi perdeu 7 metros na largura e 5 metros no comprimento. Isso é muita coisa. Já não é de hoje que os treinadores são reverenciados como importantes. Será que Pep Guardiola, Mourinho, Zidane e etc possuem importância relativa?

É claro que não e a história do SPFC prova isso. O clube tem 6 BRs, 3 Libertadores e 3 Mundiais, todos conquistados por grandes treinadores como sempre escrevo. A exceção é o Pepe em 1986, mas o time que jogava era muito além do normal, a começar por Pita, Careca e Dario Pereira.

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Agora que estamos diante de um time que não joga bem e tem até que bons jogadores para o nível do nosso pobre futebol, tanto que liderou o BR18 por algumas rodadas, o momento é de serenidade para a tomada de decisões importantes. Reformular elenco mandando gente embora no dia de hoje é bobagem, pois trata-se de processo já em curso e de execução lenta e gradual.

A troca de treinador é importante, Jardine é um novato e o SPFC não é lugar para novatos. Ele deveria ficar no clube, mas como membro da comissão técnica. O Raí sair agora seria uma catástrofe. Talvez na saída do presidente possamos pensar em reformulação na gestão. Mas quem está se mostrando querer ser o próximo presidente? Eu não vejo
movimento algum. E sempre lembro que os grandes momentos da nossa história foram feitos por grandes nomes de cardeais do clube, nada de gente pequena. O SPFC não é o clube sem cor que tem deputado corrupto ligado ao maior contrabandista de armas do mundo como presidente, e muito menos ex presidente corrupto da república do Brasil bancando estádio e sabe-se lá mais o que, inclusive rodadas do brasileiro de 2005. Nossa história não é esta.

No SPFC as coisas sempre foram bem diferentes. Muito diferentes. Os últimos anos foram de caminhos sem GPS, mas isso não pode servir como regra e sim como exceção. Mas eu sou um pouco pessimista sobre o futuro do esporte futebol. Eu vejo este esporte ligado a gente pequena, com muita corrupção, muita propina no mundo todo.

A FIFA é podre e a CBF é podre. Sendo assim, as pessoas com capacidade intelectual e ética, podem estar passando por um processo de afastamento do esporte. Tudo mudou demais. Será que gente séria tem estômago para futebol? Tem estômago para a política? Afinal de contas, futebol e política andam de braços dados nos dias atuais de forma promíscua e isso, repito, vem afastando as boas pessoas do único lugar onde elas agüentavam ficar, o São Paulo Futebol Clube. Será isso?


Sobre este assunto indico um ótimo livro escrito por um ótimo jornalista chamado Jamil Chade que escreveu o livro Política, Propina e Futebol. Vale a pena.

Se isso tudo for verdade, e o tempo dirá, o bem e o mal brigam nos corredores do clube de forma a nos preocupar de forma definitiva e catastrófica. No momento nem o lado negro comanda de forma real e absoluta, nem o lado transparente consegue impor suas regras benéficas. Estamos assistindo o fim do último clube onde a ética prevalecia?

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.



1 COMENTÁRIO

  1. Carlito, você não acha que, pelo fato do SP ser o único time grande que não são os sócios que elegem a diretoria, há um favorecimento à política do toma-lá da cá? Você acha que os “ilustres” conselheiros que elegeram o Leco estão preocupados com o SPFC? Fica difícil enchergar uma luz no fim do túnel.