Além das 4 linhas – Errar menos

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Por conta de uma conversa agradável, mais uma, com meu amigo Binho, comecei a pensar na compra e na venda do Tchê Tchê. Este jogador começou a carreira com destaque, passou pelo Palmeiras e foi para a Europa, onde ficou pouco. Quando um jogador fica pouco na Europa a razão é quase sempre a mesma, ou seja, não rendeu. O SPFC foi lá e o contratou a pedido do Cuca por R$ 25 milhões em 2019, na antiga gestão. Quase todo mundo gostou, mas no SPFC nunca conquistou a torcida. Foi emprestado ao Atlético a pedido do Cuca. Mas lá também não rendeu. Nas últimas semanas sempre aparecia uma notícia sobre ele na mídia. Nenhum clube apareceu para fazer proposta, nem o Atlético mineiro. Aos 45 do segundo tempo apareceu o Botafogo, que levou o jogador por R$ 5 milhões. Isso é muito menos do que o SPFC pagou, disse o Binho corretamente, afinal a matemática é exata. Mas quantos clubes queriam contratar o “mascaradinho”? Eu pergunto: O problema é o valor da venda ou o valor da compra feita pelo SPFC?

Quando alguém compra alguma coisa, o faz pensando em quanto tempo ficará com o comprado, e faz a conta de valor pago diluindo por ano de uso. Em poucas palavras isso tem o nome de amortização. A questão aqui com o tchê tchê é que o atleta nada jogou em cada ano de contrato que teve com o SPFC. Alguns jogadores acabam gerando este prejuízo ao clube que os compra. Hoje tenho medo do Rigoni. Temos no elenco do SPFC um caso bacana também para citar, o Luciano, que veio na troca por um jogador que não rendeu, o Everton, que foi comprado também pela antiga gestão por R$ 15 milhões junto ao Flamengo. No fim das contas, o valor pago pelo Everton ficou como investimento pelo Luciano, que está melhor do que o Everton foi no SPFC e depois no Grêmio. Luciano lida com contusões, espero que o motivo seja o CT da Barra Funda que passa por reformas, pois estava abandonado.

O fato é que o Muricy sempre fala aquela frase que gosto muito de citar aqui: “No passado erraram demais. É preciso errar menos”. No mundo fora do futebol, é fácil uma empresa se livrar de um funcionário que não rende o esperado. No futebol os caras possuem contrato, isso muda tudo. Estudar a carreira do cara se faz obrigatório, dentro e fora de campo.

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Está claro para mim que o SPFC do Muricy é melhor do que o SPFC do Pássaro. Gosto mais do elenco atual e os resultados mostram isso. Como o clube ainda deve uma enormidade, e com isso se vê obrigado a pagar credores antes de contratar jogadores, temos que exercitar ao máximo nossa paciência. Mas mesmo sem dinheiro o elenco vem sendo reforçado. Além disso, o trabalho está melhor, pois em pouco mais de um ano o clube tem um título e um vice paulista. Nem lembro quando isso aconteceu anteriormente. Aliás, ultimamente a realidade era eliminação frente aos pequenos do interior.

Como venho escrevendo e dizendo ultimamente, o momento é de dar tempo ao tempo infelizmente. Do fundo do poço, ou da piscina sem água, não se sai com facilidade. Normalmente torcedor usa mais o coração do que a cabeça, mas o momento pede mesmo é a razão. Eu digo com toda a certeza do mundo: Não contem com títulos em 2022. Pode acontecer na Sula? Até pode, nesta taça pode sim. Nas demais que o clube disputará nesta temporada há clubes mais organizados, com muito mais dinheiro, com elencos e times bem melhores, e estes vão levantar as taças. Sigamos sem ilusão.

O momento pede trabalho meu filho.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes