Além das 4 linhas – Vender e vender

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Já faz tempo que a realidade do SPFC é vender jogadores, principalmente as joias de Cotia. Se o clube tivesse condições financeiras de fazer as reposições através do mercado local ou até do exterior, tudo bem, mas o clube não tem esta condição por más gestões do passado recente.

Para o ano de 2022 o clube colocou em seu balanço financeiro, para equilibrar entradas e saídas de dinheiro, vendas de jogadores no valor total de R$ 142 milhões. Já tivemos este ano uma boa entrada de dinheiro e poderemos ter ainda mais caso Antony seja vendido, já que o SPFC ficou com 20% do passe, mas apenas para o valor que ultrapassar o que o clube recebeu na primeira venda dele. Caso Antony seja vendido por E$ 60 milhões, o tricolor receberá R$ 44 milhões aproximadamente. Neste ano o clube já recebeu R$ 24 milhões do Helinho, R$ 7 do Paulinho Boia, R$ 5 do Tchê Tchê, R$ 6 do goleiro Jean, R$ 16 do Marquinhos e R$ 8 do Volpi. A soma chega a R$ 66 ainda sem considerar o Antony. Com ele o clube chegará a cerca de R$ 110 milhões com vendas de jogadores em 2022.

Caso Antony seja mesmo negociado, faltarão R$ 32 milhões para o objetivo de R$ 142. O Rogério está certo em implorar pela não venda agora no meio do ano dos garotos. Se Nestor e Igor Gomes forem vendidos pelos E$ 20 milhões pretendidos, serão mais R$ 104 milhões em caixa, fora que o Sara muito provavelmente também sairá no final do ano. Mas no caso do Sara, o tricolor quer mais do que pedirá pelos outros dois, pois E$ 10 milhões o clube já recusou. Mas caso os 3 sejam vendidos pelos E$ 10 milhões, serão mais R$ 156 milhões para ajudar o clube a pagar sua enorme dívida. Poxa, somando R$ 156 com os R$ 110 teremos ao final do ano uma fortuna de R$ 266 milhões entrando no caixa.

Se isso de fato acontecer, imagino que o clube entrará em 2023 com seu fluxo de caixa muito tranquilo, ou pelo menos, com o pulmão financeiro funcionando muito bem. Mas eu pergunto: É mesmo necessário vender todo mundo? Ou os administradores sabem o que estão fazendo e com o dinheiro todo mudam o futuro do clube, ou seja, sacrifício agora e um clube melhor depois?

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Eu torço para que, assim que o clube colocar a casa em ordem, possamos ter investidores com interesse pelo nosso departamento de futebol. Além disso, uma coisa é um investidor assumir um clube com as finanças desequilibradas e outra coisa muito diferente é este investidor chegar ao clube e o encontrar saudável, coisa que faria o valor do negócio subir muito. Mesmo não havendo investidor no horizonte, com as contas mais ou menos em ordem, o clube poderá assumir a gestão do futuro do departamento de futebol de forma mais agressiva, esta deve ser a ideia do atual presidente, sua diretoria e conselho de administração possivelmente.

Hoje o dinheiro entra e não pode ir para novos salários, ele é obrigado a ir para pagar as contas atrasadas. Este é o drama. Mas com pelo menos novos R$ 266 milhões as coisas mudarão muito. E tem mais algumas joias que poderão vir a ser negociadas caso continuem em evolução, casos de Pablo e Diego por exemplo, além de Luan.

Concluindo, eu cansei faz alguns anos de ver o departamento de futebol do SPFC ser administrado de forma não profissional e incompetente. Chega de ver este entra e sai de jogadores. Eu quero ver este escudo ser defendido por gente de quilate e não por pequenos e médios empresários que chegam e deixam um caminho cheio de problemas. Mesmo que apareça mais um Marcelo Portugal Gouvêa, meu medo é o presidente que virá depois. Chega de clube, quero uma empresa tomando conta deste símbolo maiúsculo do nosso futebol.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes