Nestes dias li uma publicação de uma análise dos números do SPFC com e sem Gabriel Neves. O incrível é que o aproveitamento cai de 75% para 18% dos pontos disputados. Também é incrível que este jogador tenha sido reserva com Rogério Ceni, e é também incrível que o SPFC tenha contratado o terceiro primeiro volante para o elenco sem contratar um reserva para Gabriel, ou seja, o elenco quase não tem segundo volante. O fato é que a montagem do atual elenco foi meio desastrada, para dizer o mínimo.
Felizmente Gabriel poderá jogar na quinta feira no jogo mais importante do ano até aqui. Aliás, Dorival terá força máxima nesta partida.
A boa notícia é que, aos poucos, a atual gestão do futebol está conseguindo qualificar o elenco, o que trará frutos num futuro próximo. Contribuiu também para o baixo aproveitamento recente o excesso de contusões, já que o Galoppo é também um segundo volante como ele mesmo disse nas seguintes palavras: “Sou um jogador box to box”, como quem diz, de área a área, a exata função do segundo volante.
Eu tenho absoluta certeza de que Galoppo será titular ao lado dos volantes Gabriel e Pablo. James completará o meio e na frente atuarão Calleri e Lucas. Sabemos que as cinco trocas possíveis trarão a campo, em quase todo jogo, Luciano, Nestor, Rato, Michel e mais alguns como Igor, Luan, Mendez, Talles, Pato ou Wellington. Para 2024 ainda haverá o Erick e espero ainda ver Lucas por aqui. Pode ser que no ano que vem o tricolor dispute a Libertadores e um elenco qualificado se faz obrigatório.
O que não podemos e devemos é deixar a emoção tomar conta. O momento de formação de um elenco e de reconstrução do clube pede muita razão e apoio, o que vem acontecendo. Precisamos entender as variáveis do futebol, como numa semana decisiva como esta que vivemos, onde o jogo do domingo que passou valia nada e o jogo de quinta vale muito. Também precisamos lembrar como foram as coisas nos áureos tempos do mestre Telê para entender este esporte. Muitas vezes escuto gente falando coisas que nada tem a ver com a realidade do futebol. As vezes parece que o time do Telê nunca perdia ou nunca passava apuros. Isso é uma falácia que nunca entrou no futebol. Lembro de partidas muito difíceis naquele tempo, a começar pelas duas finais, 1992 e 1993. Nestes jogos, as partidas fora de casa foram complicadas e a final de 1992 dramática em pleno Morumbi, jogo este que eu estava lá nas arquibancadas. Aliás, fui ver as três finais seguidas daquela época. Nunca houve ou haverá jogo fácil.
Talvez o grande atrativo do futebol seja a sua imprevisibilidade. Meu pai falava que se futebol tivesse lógica não haveria loteria esportiva. O contrário disso anda acontecendo na F1, onde apenas um carro e um piloto podem vencer. Eu não consigo mais ver estas corridas por falta de disputa. Uma vez escrevi uma frase que diz assim: O gol está para o futebol assim como as ultrapassagens estão para as corridas de carros.
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes