Em muitos lugares do mundo as federações nacionais cuidam apenas das seleções e deixam os negócios do futebol, a organização toda, nas mãos das ligas que estão sendo criadas pelos clubes, que estão sendo transformados em verdadeiras empresas muito bem estruturadas que cuidam de um negócio milionário.
Faz pouco tempo reli o ótimo livro do Jamil Chade sobre corrupção na FIFA e demais federações políticas ligadas ao esporte. Com meus 60 anos de idade li muita coisa na vida ligada à falta de organização no futebol como um todo e a conclusão sempre foi a mesma, ou seja, nunca misture política com negócios se você quer o bem do negócio. Por outro lado, os anos foram passando e este esporte foi mudando muito no mundo todo, ele passou a ser um produto fabuloso pela beleza que ele tem, pois como esporte é realmente um dos mais bonitos e emocionantes de se ver.
Quando o mundo percebeu que o futebol poderia ser uma coisa totalmente diferente devido à organização, pessoas inteligentes passaram a administrar os clubes, que estão virando verdadeiras empresas em suas estruturas internas, e com isso começamos a ver a hierarquia dos clubes mudar em certos sentidos. Os clubes Ingleses estão puxando a fila. Quando esta forma de administrar próxima ao mundo empresarial chegou ao Brasil, o SPFC estava no seu inferno astral, ou seja, no seu pior momento, e alguns clubes brasileiros começaram a mudar para melhor. Isso deu ao SPFC um dos maiores jejuns da sua história.
A atual gestão tem feito algumas coisas boas ao SPFC e as vezes alguns membros falam da necessidade de se profissionalizar a administração, o caso da declaração do Muricy recentemente. Vimos em 3 anos o SPFC evoluir bastante com uma gestão um pouco melhor do que as anteriores, principalmente no futebol, já que antes viamos gente sem capacidade e por razões políticas em posições importantes.
Nesta semana li no jornal O Estado de São Paulo uma matéria sobre a aquisição de 25% do Manchester United por parte do maior milionário do Reino Unido. Pessoas com esta capacidade e visão dentro do futebol fazem as coisas mudarem muito. O novo sócio não ficou rico roubando, ficou rico trabalhando, é bom que se diga. Existem pessoas no mundo com uma capacidade muito grande e elas criam caminhos muito diferentes dos imaginados pela maioria das pessoas. Este me parece o caso de Sir Jim Ratcliffe, que colocou R$ 7 bilhões nestes 25% do Manchester United. A pergunta que se faz é: Como concorrer com eles? Em minha visão é fazendo igual.
Em contraste a este assunto inglês, li uma pequena entrevista do presidente da torcida independente também nesta semana, onde ele afirma que tirando o Casares não há uma pessoa na política do SPFC atual com capacidade para administrar o clube. Para meu espanto o cara logo se lançou a candidato a presidente num futuro que espero nunca existir para o bem da instituição SPFC. Precisamos ter em mente que uma coisa é ser presidente de torcida, outra coisa muito diferente é ser presidente de uma organização do tamanho e potencial de crescimento que tem o SPFC. O potencial do tricolor só poderá ser explorado ao máximo quando a organização estiver em mãos de gente gigante nas áreas financeiras, marketing, futebol, medicina esportiva, recursos humanos e etc.
O que quero com esta pequena reflexão é tentar mostrar que o futebol mudou muito e grandes clubes do mundo estão entrando numa nova era e que se o SPFC quiser voltar a poder vencer estes gigantes europeus não será mais como conseguiu um dia, época, assim como hoje, que ainda é um clube com ampla interferência política, onde vez ou outra aparece um bom gestor, mas que na maioria do tempo vive a ser explorado por grupos políticos formados em sua maioria por incompetentes.
O que nós, torcedores do São Paulo, queremos para este clube maravilhoso?
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes