Além das 4 linhas – Devagar com o andor

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O Santo Paulo não é de barro, ao contrário, é sólido feito rocha, mas nós torcedores precisamos entender o momento da instituição, que pena para sair de tempos muito difíceis.

Deixando o entusiasmo de lado, e o catastrofismo também, sabemos das limitações do time e do elenco, assim como do treinador, do cofre, da estrutura e tudo o mais. Hoje o SPFC briga em igualdade de condições com qualquer adversário, mas isso não quer dizer taças, quer dizer luta, sem ser favorito a nada. Em verdade Flamengo e Palmeiras continuam na frente dos demais clubes brasileiros e para alcançá-los será preciso muito trabalho e dinheiro. Vejo como prioridade o pagamento da dívida e isso está sendo estudado neste momento com a criação de um fundo. O clube deve R$ 600 milhões e isso custa pelo menos R$ 80 milhões por ano, o que representa R$ 6,5 milhões por mês só em juros. Este dinheiro poderia estar sendo usado para pagar salários de alguns jogadores de alto nível, certo?  

E não adianta sonhar, para chegar no topo é preciso antes realizar um bom trabalho em todas as áreas. Eu imagino que a situação financeira deve ter melhorado nos últimos anos tendo em vista as premiações, rendas, patrocínios e mais algumas coisas que melhoraram muito. Talvez isso tenha sido o suficiente para não deixar a dívida fora de controle, ou seja, manter pagamentos em dia e negociação de prazos dos próximos vencimentos para datas mais adequadas em relação a entrada de dinheiro, isso tem o nome de fluxo de caixa. Eu imagino que o próximo passo será começar a fazer a dívida cair para depois começarem a vir os grandes investimentos em grandes jogadores.

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Indo para dentro de campo, como venho notando e escrevendo aqui neste espaço de reflexão, o nosso time cria poucas chances de gol. Só agora, passada a lua de mel, vejo a imprensa falando do ataque. Antes diziam que precisava contratar volante e lateral. Tem a defesa menos vazada da libertadores, mas o ataque cria pouco, esta é minha opinião. O ataque é onde os atletas custam mais caro e isso será resolvido apenas com a melhora do caixa. Tudo bem levar um gol numa partida, mas o ataque tem que fazer dois, certo? Temos algumas partidas com poucos gols feitos dentro da nossa casa, onde os adversários jogam fechados. Isso é, talvez, uma mostra de que o ataque precisa de peças mais categorizadas e com isso, caras. Eu não estou impressionado com o momento de derrota em casa e goleada fora, isso pode ser fruto de muitas coisas que a administração tem capacidade para resolver. O time nitidamente está jogando abaixo do que já jogou recentemente e o assunto está sendo tratado internamente.

Eu continuo sonhando com mais um jogador do nível do Lucas para jogar ao lado dele na frente. A possível vinda do bom volante Thiago Mendes daria frutos no meio de campo, sem dúvidas, assim como poderia acontecer com o Alex Sandro na esquerda. Mas notem, estamos falando de atletas com mais de 30 anos que possuem certas limitações. Os bons jogadores na faixa dos 23 ou 24 anos ainda não caros para o SPFC os contratar no mercado nacional. Mas isso um dia terá que acontecer, como acontecia no passado, quando o tricolor montava boas equipes, como aquelas de 2005, 2006, 2007 e 2008 por exemplo. Quem sabe isso volta a acontecer quando a instituição for uma empresa e não um clube?

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes