A preferência de Zubeldía por apenas dois jogadores no meio de campo e a escalação de um quarteto de atacantes na frente deles é um assunto que não sai das rodas de bate papo dos são paulinos.
Alguns dizem que o SPFC joga no 4.2.4 e outros no 4.2.3.1 e há até quem chame de 4.4.2 com Lucas e Oscar sendo os dois meias e Luciano e Calleri os dois atacantes. O fato é que Oscar, Luciano e Lucas pouco marcam e é isso que tem trazido a tal vulnerabilidade à nossa defesa, que sempre está no mano a mano com os adversários. Quando Ferreirinha entra a coisa melhora um pouco, pois este tem mais capacidade física e características para ajudar os laterais do que Luciano, laterais que ficam sem ajuda para marcar o ponta e o lateral do time adversário. O assunto é bacana e nos remete a muita coisa do mundo do futebol, em particular os grandes times do tricolor, principalmente os times das 6 grandes disputas, que marcavam muito bem.
O que fica martelando minha cabeça é que times que vencem campeonatos eliminatórios são aqueles com maior poder de marcação, que pouco oferecem chances ao adversário. Sempre observei e defendi isso. Agora vem mais um treinador, o primeiro foi Rogério Ceni, a escalar um meio pouco habitado e uma defesa pouco protegida. Foi justamente a troca de peças no meio que fez o time do Dorival decolar e ganhar a taça que faltava.
Para mim será uma quebra de paradigma vencer com time jogando da forma que joga o tricolor com Zubeldia. Penso que Lucas, Oscar e Calleri não deveriam sair, é no lugar do Luciano que eu gostaria de escalar um jogador com características de marcar e jogar. Eu não quero ser o dono da razão, estou defendendo meu ponto de vista, e louco para ser desmentido, mas nas partidas que vejo o nosso time oferece espaços e isso sempre me preocupa, pois nem sempre as nossas bolas irão entrar no gol adversário. Desta forma, sempre fui um defensor da linha de três, seja na zaga, nos volantes ou nos meias.
Um assunto que ronda o tricolor é a escalação de moleques de Cotia com mais frequência. Muitos dizem que isso não acontece e que Zubis não gosta de moleques. Eu não vejo por esta ótica, tento lembrar da história e vejo poucos da base subindo e dando conta do recado com 18 anos. Lembro que Hernanes e Jean, uma boa dupla de volantes, foi também emprestada ao subirem. Lembro também daqueles bons meninos que ao subirem cedo foram queimados, casos de Casemiro e Júlio Baptista, entre tantos. Tem também aqueles que forçam a barra e acabam vendidos para a Europa cedo demais e sofrem o desgaste lá fora, o que é muito mais difícil para o jovem. Estes últimos acabam voltando e as vezes nunca mais desempenham. É muito delicado o momento de sair da base e começar no profissional e ninguém mais do que o clube quer fazer isso para vencer campeonatos e vender bem o jogador, mas só alguns muito diferenciados chegam e conquistam espaço no profissional com pouca idade.
A prova da importância que a diretoria e comissão técnica dão aos meninos de Cotia é que ficou decidido que o terceiro jogador de cada posição do elenco profissional será preenchido por um menino vindo da base. Tenhamos paciência tenha transição.
Salve o tricolor paulista, a futura empresa da fé.
Carlito Sampaio Góes