Nós precisamos procurar entender o momento do SPFC, que mudou ainda mais para 2025 devido ao acordo com o fundo que ajuda o clube a pagar sua dívida. Numa conta de padaria uma dívida de R$ 1 bi custa R$ 150 milhões por ano ao clube.
Infelizmente resta-nos acreditar que existe boa-fé por parte da direção e cobrar pelo máximo que o momento pode proporcionar. Foram por volta de 16 atletas dispensados para esta temporada e poucas chegadas, tudo pensado para economizar dinheiro. Para agravar, algumas contusões aconteceram. Eu fico pensando se o esquema do antigo treinador não contribuiu para as contusões de Oscar e Lucas, pois estes dois tinham obrigações de marcar, já que o time atuava com 4 na frente. O treinador deve ajudar escolhendo caminhos que o elenco pode fornecer.
Esta direção tem mais 18 meses no comando, mas não existe milagre como muito bem disse Crespo na sua apresentação. O grande problema do SPFC é claramente a gestão, já que o clube tem patrimônio, torcida numerosa e conquistas relevantes, o que facilmente gera grande receita financeira. Uma gestão profissional pode mudar o futuro, este é o ponto. O negócio futebol cresceu demais e mudou de patamar no mundo e no Brasil. É por isso que na Europa os clubes viraram empresas e isso mudou a vida de alguns, como do PSG, que era bem diferente de agora, ou seja, era um clube sem a taça da copa dos campeões e conhecido por só perder.
Nem todos gostam e querem falar destas coisas por muitas razões, mas sem gestão profissional a coisa não vai melhorar. Foi assim que o Palmeiras mudou de patamar nos últimos anos, assim como o Flamengo. Exigir da instituição uma excelente administração é a nossa parte agora.
O SPFC é uma organização que fatura R$ 1 bilhão por ano e não é qualquer pessoa que vai saber administrar uma coisa deste tamanho. De forma geral acredito que o clube deve estudar o que estão fazendo os europeus para depois copiar aqui, a começar pela criação da liga e separação do negócio futebol das federações. Organizar o calendário e eliminar o excesso de jogos é obrigação. A ideia de fazer os estaduais serem disputados na forma como o mundial de clubes e de seleções é um passo importante para dar espaço para o que mais interessa aos grandes.
Internamente a obrigação é separar clube social do futebol. O modelo, como citei acima, deveria, em minha modesta opinião, ser copiado dos europeus, que estão na nossa frente neste quesito da administração. Existem vários modelos diferentes e eles deveriam ser estudados e apresentados em palestras aos que decidem o futuro do SPFC. Pensar o bem do SPFC é de quem quer o bem do SPFC e não o próprio bem. Ter medo de perder prestígio e poder é egoísmo e burrice.
A torcida como um todo está impaciente com o momento, mas pensar nele de forma a tentar ajudar a construir um futuro melhor é a coisa correta e que apresentará os melhores resultados, o que mais queremos.
O que vem a ser uma empresa da fé? Aquela que acredita que só o trabalho árduo e na direção correta pode trazer os melhores resultados para a instituição.
Salve o tricolor paulista, a futura empresa da fé.
Carlito Sampaio Góes