João Paulo poderia ter ficado famoso por, aos 18 anos, ter trocado o São Paulo por um dos seus maiores rivais, já que recebeu propostas de Corinthians e Palmeiras. Sentindo-se prestigiado pelo Tricolor, porém, o atacante optou por seguir no clube pelo qual atua desde os 10 anos, renovando o contrato até 2019. Isso porque, segundo ele, a possibilidade de deixar o clube do Morumbi não lhe encheu os olhos.
– Olha, eu fiquei surpreso com as propostas porque são clubes rivais. Mas isso não me balançou. Meu sonho sempre foi jogar pelo São Paulo com o Morumbi lotado. Estou há quase nove anos aqui. Fiquei muito feliz pela permanência. Aqui quero dar continuidade à minha carreira para, depois, ir à Europa – disse o garoto, por telefone.
Inscrito por Muricy Ramalho na lista de 30 nomes que o Tricolor mandou para a Conmebol para a disputa da Taça Libertadores, o garoto segue treinando no CFA de Cotia. E, pelo menos por enquanto, ainda não deve ser chamado para participar das atividades no CT da Barra Funda.
De Ewandro e Boschilia, meninos alçados ao profissional no ano passado, só ouve coisas boas do “lado de lá”. Os relatos da dupla, aliás, pesaram a favor da decisão de assinar seu o primeiro contrato profissional pelo São Paulo – o contrato amador havia se encerrado em janeiro.
– Desde o início falei para o meu empresário que queria permanecer no São Paulo. Tenho amigos lá em cima, como Boschilia e Ewandro, e eles dizem que lá é muito gostoso, que vale a pena ficar. Acreditei neles e tenho certeza que valerá a pena. Eles dizem que o pessoal recebe muito bem a turma da base. Que nossos ídolos nos acolhem bem – relatou.
Nascido em Tietê, a 121 quilômetros de São Paulo, o jovem foi levado por um olheiro para fazer testes no clube após se destacar em um jogo na cidade de Capivari. Os treinos, então, passaram a fazer parte de sua rotina até, aos 13 anos, ser integrado ao CFA de Cotia.
Criticado por muitos são-paulinos pelo excesso de luxo e, ao mesmo tempo, pelos poucos jogadores revelados para o elenco profissional, o centro de formação tricolor foi defendido pelo garoto. Na visão dele, cabe ao jovem saber aproveitar de forma positiva o ambiente oferecido.
– Vai da pessoa, do quanto ela quer chegar nos seus objetivos, do que ela quer alcançar. Se achar que estar em Cotia já está bom para ele, esse jogador não serve para o futebol e nem para o São Paulo. Vi casos de moleques que mostravam muito no sub-15 e até no sub-20, mas que chegavam no profissional e não davam em nada. No meu caso, procuro sempre manter calma, converso muito com meus pais sobre isso, e é uma cosia que não vai acontecer comigo. Sei bem o que eu quero – diz ele, com personalidade.
O objetivo imediato, é claro, é fazer parte do elenco principal para treinar ao lado do ídolo Luis Fabiano e de outros craques. Nem o primeiro contato com Muricy Ramalho, que pode ser uma figura intimidadora para muitos jovens, é temido pelo jovem sonhador.
– Ainda não o conheço. Acho que vou levar na boa o primeiro contato. É uma pessoa rígida, mas olho sempre na cara das pessoas e com ele não vai ser diferente. Mas claro que um friozinho na barriga eu tenho (risos) – respondeu, ao ser perguntado se olhará nos olhos do novo chefe.