Dirigentes dos principais clubes do estado de São Paulo, membros do Poder Judiciário, das polícias Civil e Militar, da Federação Paulista de Futebol (FPF) e da Secretária de Segurança Pública (SSP) se reuniram, nesta manhã, para discutir sobre a violência no futebol brasileiro. Ao deixar o Salão Nobre da SSP após o encontro, o promotor do Juizado Especial Criminal (Jecrim), Paulo Castilho, garantiu que soluções eficazes serão encontradas.
“Ou tomamos uma posição drástica, segura e firme, ou abandonamos e entregamos para as organizadas. Quando acontece uma tragédia, é comum o poder público se reunir, mas, depois, tudo cai no esquecimento. Pela organização e pelas pessoas envolvidas, como o secretário Alexandre de Moraes, eu tenho certeza que desta vez vai. Até hoje, o que foi feito é enxugar gelo. Não temos uma estrutura de Estado. Ele está sendo montada a partir de agora”.
Paulo Castilho ainda explicou quais serão as mudanças. “Passando a ser uma política pública de segurança, esses torcedores poderão ser monitorados. Poderemos realizar quebras de sigilos telefônicos, acompanhar as movimentações financeiras e saber informações sobre eles. Assim, poderemos efetivamente puni-los”.
O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, explicou o motivo de ter convocado a reunião. “Temos que ter medidas eficazes para aqueles que continuam fazendo baderna, ou seja, para os criminosos travestidos de torcedores. Também temos que focar na prevenção. Ela passa pelo relacionamento dos clubes com as organizadas, pelo monitoramento, pela necessidade de adequação da relação entre FPF, clubes e torcida. Defendo uma relação mais transparente, monitorada e fiscalizada com as organizadas”.
Alexandre de Moraes garantiu que, ainda neste mês, algumas medidas já serão tomadas. “Até esta sexta-feira, serão encaminhadas todas as sugestões. A partir daí, a Secretária vai elaborar uma tabela com as propostas gerais, passar para todos, e, no dia 20, vamos nos reunir às 10 horas para anunciar as primeiras medidas efetivas”, concluiu.