Donos de cativas do São Paulo relatam caos, e clube prepara solução

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UOLESPORTES.COM

Pedro Lopes
Do UOL, em São Paulo

  • Fabio Braga / Folhapress

    14.set.2014 - Torcedores do São Paulo ficam pendurados ao tentar pular de um nível para outro no Morumbi em jogo contra o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro
    14.set.2014 – Torcedores do São Paulo ficam pendurados ao tentar pular de um nível para outro no Morumbi em jogo contra o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro

Antes da partida da quarta-feira passada diante do Danubio, os sócio-torcedores do São Paulo viveram um verdadeiro caos na compra de ingressos: fruto de uma troca na empresa responsável. Ao longo da semana, a diretoria do clube trabalhou para resolver a situação. Não são esses, porém, os únicos problemas: os proprietários de cadeiras cativas no Morumbi estão insatisfeitos; alguns deles até cogitam vender suas cadeiras.

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Ao contrário dos problemas vividos antes do jogo com o Danubio, a situação nas cativas é mais antiga. Os relatos envolvem superlotação, presença de pessoas sem ingressos no setor, preços altos, filas e necessidade de comparecer ao estádio para conseguir um ingresso.

“A quantidade de guichês está longe de ser suficiente para um jogo com público grande. O atendimento demora muito, precisam checar a propriedade da cativa, depois seus documentos. Se quiser pagar com cartão, está ferrado”, diz o proprietário Frederico Medeiros.

Para comparecer ao jogo, os donos de cadeira precisam ir ao Morumbi na hora do jogo, apresentar a prova de que são donos lugares e adquirir os ingressos. Isso forma filas grandes; em jogos mais importantes, torcedores começam a pular as catracas, resultando em superlotação do setor. Às vezes, também são vendidos mais ingressos do que a quantidade de cadeiras disponíveis: “fica todo mundo nas escadas, em pé, causa brigas” diz Frederico.

O UOL Esporte ouviu outros dez torcedores. Alguns deles preferem não se identificar, mas todos relatam os mesmos problemas: preço alto, dificuldade para comprar o ingresso, superlotação e filas enormes. “São todos esses problemas. Além disso, nunca há ninguém para organizar fila, que fica um caracol, no meio da passagem”, diz Gustavo Medeiros, outro proprietário.

O investimento do clube em reformular o programa de sócio torcedor também revolta os donos de cativa, que cobram do São Paulo alguns benefícios – hoje, pagam o mesmo preço do torcedor comum: contra o Danubio, foi R$ 120 pelo ingresso.

“É um descaso total. Sabem que os torcedores vão acabar indo, então é último lugar a ser reformado, não tem promoções, não tem venda online.  Ou seja, nada além de um preço exorbitante que não condiz com o serviço oferecido”, diz Guilherme Kenworthy, que frequenta o setor.

Soluções

A diretoria do São Paulo diz que está preparando soluções para as cativas: neste domingo, para o clássico diante do Corinthians, os proprietários de cadeiras pagarão um preço menor (R$ 40 ) do que os torcedores comuns (r$ 60).

Além disso, o clube pretende, até o fim deste ano, acabar com a necessidade de que os donos de cativas compareçam fisicamente ao estádio para obter os ingressos. O plano é criar um cartão que possa ser recarregado online, servindo tanto para a compre como para entrada no estádio.

O projeto envolve uma parceria com uma bandeira de cartões de crédito e débito, para criar um “Cartão São Paulo”. Com ele, os torcedores poderão comprar ingressos, passar nas catracas do Morumbi e adquirir outros produtos de promoções envolvendo o clube.