Michel Bastos faz tudo diferente e supera Ganso em 2015 no São Paulo

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LanceNet – Bruno Grossi e Marcio Porto 

Michel Bastos salva e Tricolor vence a segunda na Liberta (Fotos: Reginaldo Castro)

Ter dois meias como Paulo Henrique Ganso e Michel Bastos não é algo comum no futebol brasileiro. Ainda assim, isso não significa que o São Paulo esteja plenamente bem servido e tranquilo nesta posição, já que a dupla vive momentos completamente distintos neste início de temporada.

A diferença está em diversos âmbitos. Nas entrevistas, Michel desabafou e reconheceu a emoção por ter marcado um gol tão importante como o da vitória por 1 a 0 sobre o San Lorenzo (ARG). Em campo, já soma cinco assistências e quatro gols, além do carinho da torcida. Na quarta-feira, foi aplaudidíssimo no anúncio da escalação e ovacionado ao vibrar muito com o tento salvador.

– Não estávamos procurando um substituto do Kaká. Não foi o Michel que entrou no lugar do Kaká. O Michel já estava. E temos que reconhecer que o Kaká foi mais importante pela liderança, pelo exemplo. Tecnicamente não fez uma grande passagem – opinou Muricy Ramalho.

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Vamos a Ganso! Em 2014, era ele quem superava Kaká em elogios. Agora, poderia amargar as vaias da torcida após mais uma atuação ruim na temporada. Poderia, pois prefere dizer que tudo está bem com o São Paulo e, principalmente, com ele.

Os números e os atos jogam contra o camisa 10. São apenas três assistências, nove partidas disputadas e nenhum gol marcado. Beirou a apatia em alguns momentos contra o San Lorenzo, como quando preferiu ficar lamentando a tentar recuperar um passe errado, e causou a ira dos torcedores do Tricolor.

E há ainda um ponto mais fundamental. Nenhum dos dois tem por hábito entrar na área rival, com insiste Muricy Ramalho. A diferença é que Michel tem se forçado a isso e, mesmo sem uma grande atuação, saiu do Morumbi com o dever cumprido: uma bola na trave e um gol.

– O cara tem que entrar na área. Você conversa com o jogador, senão você não entra lá. Isso é fácil de resolver e ontem (quarta) foi importante – destacou Muricy, que já disse que a missão com Ganso é mais árdua:

– Converso isso desde o Santos. É uma dificuldade dele. Eu faço ele entrar no treino, mas no jogo… Segundo volante é uma posição que seria ideal se ele tivesse mais pegada. Não gosta de entrar na área, não faz muitos gols. Isso é do jogador, é difícil, sempre foi assim. É o estilo dele. Gosta de ficar atrás do volante e depois enfiar as bolas. Daqui há dez anos vão perguntar e eu vou responder igual