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Tricolor reserva não jogou bem, mas melhorou no segundo tempo e conseguiu marcar após cruzamentos. Resultado abafa possível crise antes de decisão na Liberta
Protesto, Federação Paulista, protesto! Enquanto o Campeonato Paulista for do jeito que é, interminável e mal organizado, fica difícil cobrar dos clubes exibições melhores do que esta que fizeram Ponte Preta e São Paulo neste domingo, no Moisés Lucarelli. O que o Tricolor fez suficiente para vencer a equipe da casa por 2 a 1, mas o triunfo parece acompanhado de um recado: “Até as finais, jogaremos para o gasto. E olhe lá!”
Isso não quer dizer que os personagens do “espetáculo” também não devem ser responsabilizados. Nada disso. Mesmo porque, os clubes, tanto São Paulo quanto Ponte Preta, pouco fazem para mudar o cenário e só reforçam os argumentos dos demais quando fazem uma partida assim. O Tricolor, por exemplo, teve apenas Rogério Ceni de “titular” em campo. Jogou muito mais de olho no duelo de quarta-feira, contra o San Lorenzo, pela Libertadores, e sabia que o importante era não perder.
O resultado foi a equipe de Muricy Ramalho mal organizada, sacrificando garotos improvisados, como o meia Boschilia na ala esquerda e depois o zagueiro Lucão, de lateral-esquerdo. Boschilia sofreu no primeiro tempo para conter a velocidade do lado direito da Ponte, de onde surgiu o gol que abriu o placar.
No avanço de Rodinei, que Boschilia e Edson Silva pouco fizeram para conter, a bola cruzou toda a área do São Paulo e encontrou Roni, já que Auro preferiu abaixar a cortar a bola. Gol de um atleta emprestado pelo Tricolor. Belo recado!
Os torcedores da Ponte, assim como os são-paulinos, podem protestar contra os jogadores, mas não contra o técnico. Guto Ferreira acertou na estratégia adotada, abriu dois atacantes para confundir os três zagueiros do São Paulo e só não ganhou o jogo porque seus comandados insistiram em perder gols. Faltou qualidade à Macaca! Castigada no segundo tempo!
Muricy conseguiu corrigir o erro inicial, ao colocar Lucão na esquerda no segundo tempo e passar de um 3-4-3 torto para um 4-2-1-3 mais claro e agudo. Neste contexto, Thiago Mendes cresceu e encontrou espaço para lançar Paulo Miranda na área. O zagueiro empatou o jogo com estilo. Já perto do fim, novamente Thiago passou ao bom, mas tímido Ewandro, que cruzou na cabeça do então apagado Alan Kardec: 2 a 1.
Na próxima quarta-feira, o São Paulo volta ao que de fato interessa. O governo do presidente Carlos Miguel Aidar, comandado pelo “primeiro ministro” Muricy Ramalho está em xeque. Mas eis uma boa oportunidade para mudar o cenário da política externa e interna do clube e evitar pedidos de impeachment. Afinal, de quando em quando, a voz do povo ainda é a voz de Deus!