Vestiário são-paulino teve cobrança entre atletas por mais treino

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Gazeta Esportiva – Tossiro Neto

A derrota de domingo para o Corinthians, a segunda em jogos oficiais no ano (a segunda para o rival), gerou cobrança imediata no vestiário do São Paulo, no Morumbi. Não por parte de Muricy Ramalho, que costuma falar com o elenco somente dois dias depois, mas sim de parte dos próprios jogadores.

Quem mais se incomodou com o resultado foi Souza. Antes de deixar o gramado, o volante até defendeu o time ao questionar o pedido de raça da arquibancada nos últimos minutos do primeiro tempo e no final da partida. “Não adianta a torcida falar que faltou raça, (faltou) foi sorte. O Corinthians chegou uma vez e fez o gol. Agora, não adianta virem nos criticar, porque não vai adiantar de nada. Tem que nos apoiar para que a gente possa melhorar”, disse.

No vestiário, porém, o tom da análise foi outro. Não que ele não tenha gostado da entrega dos companheiros durante os 90 minutos. O que o volante recém-convocado para a Seleção Brasileira pediu ao elenco foi mais intensidade no dia a dia, mais comprometimento com os treinos no CT da Barra Funda. Pedido que, ao se dirigir para o ônibus da delegação, ele externou à imprensa.

“Temos que mudar a postura nos treinamentos. Tem que treinar mais forte e corrigir os problemas”, falou, negando que o atraso da diretoria do clube no pagamento de direitos de imagem tenha influência no desempenho da equipe. “Dizer que está mal por causa de atraso não é verdade. Não podem falar que faltou vontade para a gente”.

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Djalma Vassão/Gazeta Press

Souza foi um dos jogadores são-paulinos que mais se incomodaram com a nova derrota para o Corinthians

O diagnóstico de alguns atletas é que o Corinthians tem uma formação muito mais concisa e bem treinada. Não se trata necessariamente de uma crítica a Muricy Ramalho, mas certamente a alguns jogadores que não estejam se doando ao máximo. Maior cobrança entre eles, a propósito, é algo que o treinador vem pedindo desde a dura derrota para o rival na estreia da Copa Libertadores.”Não temos um líder. Toquei bastante nisso antes do jogo, que eles têm que se conversar mais. Eles se respeitam até demais. Futebol não é assim. Nem em grande empresa. Chamar atenção não é falta de respeito. Nesse sentido, nosso time é muito quieto. Eles se respeitam até demais. Mas não posso determinar um líder, líder nasce líder”, comentou o chefe, já depois do revés por 1 a 0, entre elogios a Kaká, que saiu em dezembro. “Ainda falta esse jogador”.

A reapresentação do elenco será nesta segunda-feira. Como de costume, os titulares devem passar a tarde na piscina. Somente no dia seguinte é que todos os atletas trabalharão em conjunto e ouvirão as considerações do comandante a respeito da partida anterior.