Abel Braga refuta rótulo de “boleirão”, cita Muricy e chia: “Nada a ver comigo”

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SporTV.com

Um dos mais vitoriosos técnicos brasileiros em atividade, Abel Braga deixou claro que ele não gosta nem um pouco de levar a fama de ser um treinador “boleirão”. O termo comum no meio do futebol se refere ao tipo de profissional que supostamente fala a língua dos jogadores e cria uma relação bastante próxima com os seus comandados.

Convidado do programa “Bem, Amigos!”,  Abel Braga teve seu nome novamente falado no mercado desde que Muricy Ramalho deixou o cargo de treinador do São Paulo, na semana passada, e o indicou ao clube para a vaga.

– Fiquei na bronca. É pejorativo ser chamado de boleirão. Eu não sou boleirão, não tem nada a ver comigo, nada. Eu sou um cara que abraça o meu jogador, a partir do momento que ele der uma resposta, como homem e como atleta. Não tem hipótese, comigo não tem hipótese – exclamou Abel, sem esconder que estava irritado com o assunto.

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Questionado sobre o fato de Muricy Ramalho também ser considerado boleirão, Abel defendeu o seu companheiro de profissão e fez questão de lembrar que herdou ótimos trabalhos deixados pelo ex-treinador do São Paulo.

Abel Braga Bem, Amigos  (Foto: David Abramvezt)Abel Braga foi o convidado do Bem, Amigos de segunda-feira (Foto: David Abramvezt)

– Falam que o Muricy também é boleirão, que somos parecidos. Sabe o que é bom? É pegar trabalho do Muricy. (Quando o São Paulo me convidou), eu falei assim: vou ser campeão com o São Paulo. Isso mexeu comigo. Peguei o Inter após três anos com o Muricy e fui campeão da Libertadores, Mundial, em Dubai e Gaúcho. Aí fui para fora, voltei e peguei o Fluminense depois dele: fui campeão brasileiro e Carioca. É bom demais pegar trabalho depois. Aí vem falar que Abel e Muricy são boleirões, porque a gente trabalha. Que boleirão nada, boleirão é trabalho – comentou Abel Braga.

Sem clube desde o fim do ano passado, quando classificou o Internacional para a Libertadores de 2015, Abel recusou recentemente proposta para assumir o Tricolor paulista por já estar apalavrado com o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. Braga lamentou não poder acertar com o São Paulo e elogiou a postura do gerente de futebol do clube do Morumbi, Gustavo Vieira de Oliveira, que o procurou para negociar.

– Eu fui procurado pelo Gustavo. E de uma maneira muito correta, muito clara, eu fiquei com uma impressão legal do Gustavo, porque eu era muito amigo do pai dele (o falecido ex-jogador Socrátes). Eu disse que voltaria para o mundo árabe. Ele entendeu muito bem. Eu fico com um sentimento um pouco ruim, porque lamentavelmente sempre que surge interesse de um clube de São Paulo, eu estou apalavrado ou trabalhando. Seria uma experiência muito legal trabalhar neste clube – explicou Abel.