Boi Bandido abre portas ao São Paulo, mas antes mira ‘Champions Asiática’

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Lancenet – Lucas Faraldo

Na China ou no Brasil, Aloisio gosta de voadoras (Fotos: Divulgação e Rubens Chiri)

Mais de um ano após deixar o São Paulo rumo ao futebol da China, o atacante Aloisio foi lembrado por Luis Fabiano, via redes sociais, no último fim de semana. Apesar de o Fabuloso “pedir” o retorno do amigo ao Tricolor, o desejo não é tão simples: Boi Bandido vive sua melhor fase no Shandong Luneng, é o artilheiro da Super Liga Chinesa (espécie de Brasileirão local) e deseja permanecer no Oriente até o fim de seu contrato (dezembro de 2018).

O bom início de ano de Aloisio superou expectativas até mesmo de seu treinador, o brasileiro Cuca. Por conta do limite de estrangeiros, o Shandong Luneng inscreveu Tardelli e Montillo e deixou Boi Bandido de fora da fase de grupos da Liga dos Campeões da Ásia. Com uma rodada restante, o Shandong tem de bater o Jeonbuk Motors (KOR), dia 6 de maio, para avançar ao mata-mata da “Champions Asiática”.

Em entrevista ao LANCE!, Aloisio evitou criticar Cuca, mas falou em disputar a segunda fase da Liga Asiática. E este não é o único desejo do atacante: num futuro, ainda que não muito próximo, por que não retornar ao São Paulo?

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Demorou para se acostumar com a saída do São Paulo em 2014?
Eu não queria sair, tinha contrato de mais seis meses. O São Paulo tinha direito de compra e venda e, como tinha proposta do Shandong, resolveu me vender. No fim foi legal, gostei daqui, se soubesse tinha vindo antes (risos). Mentira, nem mesmo havia proposta, né? (risos).

Você falou com Luis Fabiano no Instagram. Acha que a fase dele no São Paulo vai melhorar?
O Luis é um cara gente boa dentro e fora de campo. Acho que é só uma fase pela qual ele está passando. Tenho certeza que como ele é um grande jogador, um grande artilheiro, já já vai dar a volta por cima. Essa é só uma fase ruim pela qual ele está passando, já já vai voltar 100%. Tenho certeza que ele ainda vai dar muita alegria para o torcedor são-paulino. E vai dar alegria para mim também, porque eu sou bastante fã dele.

Acompanha o futebol brasileiro?
Acompanho bem de longe, porque quando tem jogo aí nós estamos dormindo aqui, porque é madrugada. Mas procuro sempre olhar os sites de notícias para ver os gols, as matérias, para ver como estão se saindo os jogadores. Não vejo o jogo ao vivo, porque é bem complicado.

Já pensa em voltar ao Brasil?
Olha, agradeço ao São Paulo, que me ajudou muito na carreira. Aliás, acho que deixei as portas abertas ao São Paulo, por tudo o que fiz lá. Ainda recebo mensagens de torcedores, esse carinho todo que criei com torcida, funcionários, jogadores… Fico muito feliz. Que as portas do São Paulo possam ficar abertas para mim, porque no futuro eu gostaria sim de voltar a jogar lá, a vestir a camisa tricolor. Mas nesse momento não tenho esse pensamento de voltar ao Brasil. Quero hoje cumprir meu contrato de mais dois anos e meio aqui no Shandong Luneng.

Como é ser um dos artilheiros do principal campeonato da China?
Que eu possa estar ajudando 0,5% ou 1% nesse aumento do futebol aqui na China. Ser artilheiro, fazer meus gols aqui, trazendo o nome do Brasil… Estão investindo no futebol brasileiro. Me destacar no meio desses atletas me deixa bastante feliz.

É sua melhor fase aí na China?
Ano passado tive momentos bons porque conseguimos o título da Copa da China e em alguns momentos fui importante. Agora nesse começo de campeonato, fazendo gols e ajudando com assistências é um pouco melhor do que o ano passado Mas ser campeão da Super Liga da China deve ser uma sensação muito boa.

A que se deve sua evolução?
Do ano passado para cá houve evolução, estou mais ambientado do que no ano passado. Não sei falar bem chinês, não entendo o chinês ainda, essa é uma das nossas dificuldades aqui na China. Ainda assim, esse ano já pude me entrosar mais aqui, os jogadores chineses estão me ajudando mais, estou notando isso, eles estão comprando nossa ideia.

Está totalmente adaptado aí?
Estou sim. No ano passado, bem no começo, foi complicado, não conhecia nada da cultura, do país, a gente só ouvia falar. Esse ano estou 100%, gostando bastante, curtindo bastante a China, apesar de não termos muita coisa para fazer, estou curtindo bastante o clube, que me dá total apoio para jogar futebol, então isso é muito bom. A gente fica feliz de poder ter um lugar para trabalhar, de receber em dia. No nosso refeitório tem comida brasileira e chinesa, dá para ver que eles compram essa ideia nossa, e nós, a deles.

Puxou orelha do Cuca por não estar na Liga dos Campeões?
É verdade (risos). Foi opção dele. Somos em quatro estrangeiros, um teria de ficar fora. Continuei trabalhando no dia a dia, me esforçando nos treinos. Sou muito fã dele, respeito como grande treinador. Agora é trabalhar para, próxima fase, ser inscrito. Se Deus quiser, vamos passar e eu vou poder ajudar.

Você se dá bem com os brazucas?
Além dos brasileiros, só tem o “Mont” de estrangeiro, ele nem é mais argentino, é brasileiro. É praticamente meu vizinho. Vamos todos os dias juntos para o treino. Damos carona um para o outro. Os brasileiros são todos gente boa, o Tardelli está se entrosando e é uma grande pessoa. O Urso também é bem brincalhão, sempre me ajuda bastante, mora no alojamento do Shandong.

Por que sempre inova na comemoração?
Procuro sair um pouco da mesmice. É sempre legal fazer uma comemoração diferente, que o torcedor vai gostar, né? No São Paulo tinha a voadora. Procuro dar sempre minha voadora na China também, com uma história diferente, pegando as máquinas de fotógrafos e tal.

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