Como Luis Fabiano, Careca também ‘brigou’ com Aidar

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Fonte: ESPN

Antes da “decisão” contra o Danubio, no Uruguai, pela Libertadores, o presidente Carlos Miguel Aidar disse que se for desejo de Luis Fabiano deixar o São Paulo ao final de seu contrato (dezembro deste ano) não impedirá isso.

O atacante, após a vitória por 2 a 1 na última quarta-feira, afirmou ter ouvido a declaração do dirigente e o rebateu: “Vamos sentar as duas partes e o que for melhor a gente faz, se tiver que sair agora eu saio sem problema nenhum.”

Uma situação a ponto de se tornar constrangedora entre Aidar e um ídolo tricolor, o que não seria novidade para o mandatário, que viveu um imbróglio arrastado em sua primeira passagem na presidência nos anos 1980 com a então estrela do time.

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Em 1987, Careca, o principal atacante do futebol brasileiro naqueles anos, estava no auge: autor de cinco gols na Copa do Mundo do ano anterior e líder do São Paulo campeão brasileiro em cima da equipe que o revelou, o Guarani, com 25 gols, artilharia e eleito o melhor jogador da competição.

Então, a Europa o viu com novos olhos. E o Napoli do então melhor do mundo, Diego Maradona, se tornou o primeiro grande interessado no futebol de Careca. A cabeça do centroavante estava feita: seu destino seria a Itália.

Mas o São Paulo, que tinha Aidar como presidente em seu segundo mandato (1986-1988), relutou em vendê-lo aos napolitanos.

“Eu tinha uma cláusula, quando assinei contrato com o São Paulo, que caso fizesse uma boa Copa do Mundo teria uma limitação de valor (em seu passe, 2 milhões de dólares). A proposta deles era uma renovação de contrato com base nos outros jogadores, mas aí falei: ‘Pô, sou artilheiro, jogador de seleção…'”, lembrou Careca em entrevista ao ESPN.com.br.

“Fui bem em 1986, ele (Aidar) trouxe uma situação de fazer o pagamento (da multa). Tive que abrir mão dos meus 25%, porque eu queria ser vendido para o Napoli. Mas eles queriam me vender para o Real Madrid, então bati o pé: ‘Quero ir pro Napoli'”.

Careca cita um documento assinado por Aidar e ele no qual seu passe ficaria fixado em 2 milhões de dólares, um valor polpudo para a época. Mas Olympique de Marselha, Real Madrid e Roma estavam interessados no jogador e dispostos a pagar até 3 milhões de dólares pela negociação, o que encheu os olhos da diretoria tricolor.

O atacante, porém, queria fazer valer o que estava assinado, mas o presidente, advogado, dizia que o documento não tinha valor. “Nesse documento mesmo, reconheci firma, mas ele não aceitou (a negociação com o Napoli). Não concordou porque senão o conselho o “mataria” se vendesse por só 2 milhões. Depois, a gente até entende, pressão do conselho, aquelas coisas”, minimizou o ex-jogador.

A situação chegou ao ponto de Careca ameaçar não jogar mais pelo São Paulo até o fim de seu contrato (junho de 1987). “Só volto a jogar no Napoli”, ameaçou o atacante em entrevista publicada no jornal O Estado de S.Paulo.

“Tenho berço e costumo cumprir o que prometo, coisa que, infelizmente, muita gente não faz. Só desisto de jogar no Napoli se alguém de lá chegar para mim e disser: pode ir para outro clube, não o queremos mais”.

“Se posso ganhar muito mais, por que é que aceitaria receber 800 mil dólares e transferir-me para o time que o São Paulo está querendo?”, questionou. Em represália, o clube parou de pagar o aluguel do apartamento e os salários de sua estrela.

A venda acabou sendo concretizada em junho de 1987, e Careca se tornou um dos grandes ídolos da história do Napoli ao lado de Maradona.

'Só volto a jogar no Napoli', disse Careca após imbróglio com o São Paulo presidido por Aidar

3 COMENTÁRIOS

  1. Comparar o Careca decisivo com o Pipoca pipoqueiro é uma blasfêmia.

    Imaginem comparar o Reinaldo com o Leonardo ou Serginho, Alencar com o Zetti, qualquer outro com o Raí.

    Manda essa desgraça para o inferno e despacha o Mum-ra junto na bagagem

  2. Careca jogava muita bola,excelente centroavante. Pipoqueiro um ínutil que ganha muito e joga nada, a maior tranqueira contratada que mais fica dodoi do que entra em campo. Se encosta no time e gosta de tomar cartão e de reclamar além de arrumar confusão.O pipoqueiro foi contratado pelo pior presidente de todos os tempos.