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“É um craque”, disse o vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, no dia 12 de agosto de 2014, ao anunciar a contratação de um reforço que naquele momento ainda não tinha o nome revelado. Horas depois, revelou-se: era Michel Bastos. A avaliação que naquele momento se parecia exagerada, hoje, oito meses depois, não parece mais tão longe da realidade. Michel Bastos desbanca Paulo Henrique Ganso com vantagem na tarefa de criar gols para a equipe, e se destaca também marcando outros.
Dos 40 gols do São Paulo em partidas oficiais em 2015, 12 tiveram participação de Michel Bastos. Ele tem oito assistências e quatro gols marcados. Oito das 35 assistências computadas na temporada – ninguém tem mais do que ele.
Na quarta-feira, na vitória sobre o Danubio, em Montevidéu, no Uruguai, pela Copa Libertadores, mais duas assistências de Michel. E parecidas. Cruzamentos de pé esquerdo para a área, encontrando um atacante mais próximo do segundo pau, entrando na pequena área. Na primeira, cruzou da extremidade do campo e encontrou Alexandre Pato. Na segunda, nos acréscimos da partida, cruzou a partir de um pouco mais perto da faixa central do campo, com o mesmo pé esquerdo, e encontrou Ricardo Centurión. Dois gols de cabeça.
No último fim de semana, no sábado, na partida contra o Red Bull Brasil pelas quartas de final do Paulistão, teve mais, e novamente no mesmo estilo. Cruzamento da esquerda, com extrema precisão, para encontrar a cabeça de Paulo Henrique Ganso.
Michel Bastos pode não ser craque, mas aos 31 anos tem números que confirmam sua eficiência. Paulo Henrique Ganso, por exemplo, também meio campista e ainda mais responsabilizado pela função de dar assistências, faz menos: três assistências e um gol – participação ativa em quatro gols marcados pelo Sâo Paulo na temporada, contra 12 de Michel Bastos. Ganso, no entanto, jogou menos: são 12 partidas em 2015, contra 16 do companheiro.
“Essa é minha função, tanto chegar dentro da área para fazer gols, como ajudar meus companheiros. Ganha muita confiança”, falou Michel Bastos nesta quinta-feira, no aeroporto de Guarulhos, ao desembarcar da viagem que partiu de Montevidéu.
Em 2014, enquanto Kaká ainda fazia parte do elenco do São Paulo, Michel Bastos revezou entre o meio de campo, a lateral esquerda e até o ataque da equipe. Hoje, ele é titular absoluto no meio. Ainda nesta temporada, porém, atuou como lateral na derrota por 2 a 0 para o Corinthians na Copa Libertadores. Agora, ele comenta com mais contundência a função que prefere desempenhar.
“Dificulta muitas vezes quando uma formação acaba fazendo você exercer uma função que te tira da área, não te deixa ficar lá para marcar gols ou dar passes”, falou.
O São Paulo volta a treinar na manhã desta sexta-feira , realiza mais uma atividade no sábado e no domingo vai à Vila Belmiro para enfrentar o Santos, pela semifinal do Paulistão. Na próxima quarta-feira a equipe recebe no Morumbi o rival Corinthians para a última rodada da Libertadores, agora em situação mais confortável depois de vencer o Danubio.
Enquanto isso, diretoria e elenco aguardam para o início da próxima semana a resposta definitiva do argentino Alejandro Sabella para suceder Muricy Ramalho. Com o interino Milton Cruz já são três vitórias em três jogos.