Musa, “estrangeiras” e treinador de seleção: o time feminino do São Paulo

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GloboEsporte.com – Fabricio Crepaldi

No fim dos anos 90, o time de futebol feminino do São Paulo era referência no país e base da seleção brasileira, com nomes como Sissi e Kátia Cilene. Neste ano, o projeto foi retomado, em parceria com a prefeitura de Barueri, onde a equipe treinará e mandará seus jogos, para disputar o Paulistão, o Campeonato Brasileiro e outras competições.

O primeiro desafio será no próximo domingo, às 10h, contra o São Bernardo, pelo estadual, no estádio Baetão. E o Tricolor conta com algumas peculiaridades para tentar repetir o sucesso daquela época. Conheça um pouco do time de futebol feminino do São Paulo.

MUSA DO TRICOLOR

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Djeni time feminino São paulo (Foto: Fabricio Crepaldi)Djeni já esteve entre as musas do Brasileirão
(Foto: Fabricio Crepaldi)

Um dos destaques do São Paulo é Djenifer Becker, ou simplesmente Djeni. Com apenas 19 anos, a volante chama atenção não só pelos passes precisos no meio de campo e pela batida na bola com qualidade, mas também pela beleza – inclusive, já esteve entre as “musas” do último nacional. A catarinense diz que nunca pensou em outra carreira que não o futebol, mas não dispensa a vaidade nem na hora de entrar em campo.

– Eu gosto de me cuidar bastante, fora e dentro de campo. Tem de ter a beleza no futebol feminino. É nosso trabalho e temos de estar bonitas para fazê-lo. Muitas vezes ficam gritando “loirinha, princesinha” na arquibancada, mas tudo bem, eu levo numa boa isso (risos) – contou ela, que faz parte da seleção brasileira de base e vê a beleza com papel indiferente.

– Para mim isso não faz diferença. Costumo receber elogios, mas levo sem problemas. As jogadoras também respeitam – falou.

Dentro das quatro linhas, ela se inspira no alemão Toni Kroos, do Real Madrid, e tenta aprender com aquilo que vê do ídolo. Djeni iniciou a carreira em 2010, mas já atuava em jogos escolares desde os 12 anos. O último clube dela foi o Kindermann, de Santa Catarina, vice-campeão brasileiro do ano passado.

LEGIÃO DE “ESTRANGEIRAS”

Sole Jaimes time feminino São Paulo (Foto: Fabricio Crepaldi)Sole Jaimes, argentina, é a maior esperança
(Foto: Fabricio Crepaldi)

No retorno do futebol feminino, o São Paulo resolveu apostar em jogadoras com experiência internacional. Além da zagueira Esther, presença frequente na seleção brasileira nos últimos anos, também tem a paraguaia Dulce e quatro atletas nascidas no país, mas que atuam pela seleção de Guiné Equatorial: Tiganinha, Cris, Dulcia e Carol Carioca, considerada ídolo no país. Mas a maior esperança de fora do Brasil está nos pés de Sole Jaimes.

Se o time masculino apostou em Centurión, o feminino também foi buscar na Argentina sua atacante. Ex-jogadora de Boca Juniors e River Plate, ela chega ao Tricolor com status de ser a camisa 10 da seleção de seu país e um currículo invejável, de vários títulos nacionais e até uma Libertadores conquistada. Mas vê no São Paulo a realização de um sonho.

– É um clube muito grande, eu já conhecia das vezes que jogaram a Libertadores. E depois por causa do Centurión, eu conhecia ele da Argentina. É um time muito grande, não tem explicação estar aqui. É muito lindo. É um sonho para mim estar aqui. O futebol feminino aqui está muito à frente – disse ela, que está no Brasil há mais de um ano e atuava no time de Foz do Iguaçu.

Sole Jaimes mostrou conhecimento sobre o São Paulo, citou Messi e Neymar, mas é em um ídolo do rival Corinthians que ela se inspira e sonha em repetir o sucesso no Brasil.

– Eu tenho Tevez como ídolo, desde os tempos de Boca. Eu amo o Tevez. Amo o Tevez. Ele é muito humilde. Ele saiu de onde saiu e segue igual. Nunca mudou nada – contou.

TÉCNICO DE SELEÇÃO

Marcelo Frigério time feminino São Paulo (Foto: Fabricio Crepaldi)Marcelo Frigério, técnico do time feminino
(Foto: Fabricio Crepaldi)

A experiência internacional também está no banco do Tricolor, mas de uma forma pouco comum. Isso porque o técnico Marcelo Frigério comandou Guiné Equatorial na Copa do Mundo de 2011. Por isso pediu a chegada das quatro brasileiras que atuam por essa seleção, suas jogadoras de confiança. Ele considera ter estrangeiras no elenco algo benéfico.

– Todo técnico leva alguns jogadores para onde vai. Fica muito mais fácil ter alguém que já te conhece. Elas jogaram a Copa. Falo espanhol, não tenho dificuldade com a argentina e a paraguaia. E dá um glamour para o clube, a Sole é a camisa 10 da seleção argentina. A Dulce é a estrela do Paraguai. Sempre é legal isso – explicou.

No ano passado, Tchelo, como é conhecido, levou o Kinderman ao vice-campeonato do Brasileirão. Ele é o responsável por tentar fazer o São Paulo voltar a ser o que já foi um dia no futebol feminino. E vê o projeto do clube em condições de conseguir isso.

– É uma retomada para o São Paulo. Um projeto novo, o clube é uma potência e com o carinho e a atenção que eles estão dando, vai ser vitorioso. As pessoas que estão trabalhando são altamente profissionais. O elenco tem jogadoras de qualidade. Fazendo a coisa certa, não tem erro. O projeto vai ser vitorioso. Conseguimos montar um time bom, que vai brigar por títulos.

Além da parceria com Barueri, o projeto conta com apoio da diretoria do clube e terá equipes de base para as meninas também.

Time feminino São Paulo (Foto: Fabricio Crepaldi)Elenco do time feminino do São Paulo, uma parceria com a prefeitura de Barueri (Foto: Fabricio Crepaldi)

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