SP vê pouca transparência de Sabella em conversas e se divide por sucessor

A diretoria do São Paulo mantém contato permanente com Alejandro Sabella e Abel Braga neste momento e tenta definir o mais rápido possível quem será o sucessor de Muricy Ramalho. Das conversas diretas com o argentino e com seu estafe, ouve que ele atualmente disputa com o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, o posto de próximo treinador do Manchester City, da Inglaterra. Mas vê pouca transparência. Segundo relatado pela própria diretoria, algumas das informações passadas por Sabella são duvidosas, algo que incomoda neste momento. Enquanto isso, a diretoria se divide cada vez mais sobre técnicos preferidos.

Segundo informado por intermediários de Sabella ao São Paulo, ele deve ser o escolhido pelo Manchester City para substituir o chileno Manuel Pellegrini caso o clube não chegue a acerto com Carlo Ancelotti. Em meio à negociação, o São Paulo procurou informações sobre o futuro do City e não conseguiu comprovar o discurso do argentino que tenta contratar. A diretoria tricolor diz que, diferentemente do que ouviu, Sabella corre totalmente por fora na disputa pelo cargo.

Na Inglaterra, Sabella é tão desconsiderado para o cargo no City que apenas duas das sete principais casas de apostas mencionam o argentino. E nessas duas – SkyBet e BetVictor – há 11 treinadores mais bem cotados segundo dados desta quinta-feira. São eles: Carlo Ancelotti, Rafa Benítez, Pep Guardiola, Patrick Vieira, Antonio Conte, Diego Simeone, Jurgen Klopp, Ronald Koeman, Brendan Rodgers, Laurent Blanc e Frank De Boer. Sabella aparece apenas na 12ª posição.

A versão do São Paulo que vai contra a de Sabella se reforça também pela cobertura da imprensa local. Não há qualquer publicação inglesa conectando o argentino ao City neste momento. Os nomes mais citados na imprensa além de Ancelotti são os dos espanhóis Rafa Benítez, do Napoli (ITA), e Pep Guardiola, do Bayern de Munique (ALE), e do francês Patrick Vieira, ex-volante que fez história no Arsenal (ING) e que hoje treina o time B do próprio City e inicia a carreira de treinador.

Sabella pediu ao São Paulo prazo até o próximo dia 17 para responder. Clube e treinador ainda nem falaram sobre salário – diretoria não descarta que pode haver entrave financeiro. O São Paulo não aceita esperar até dia 17 e já avisou Sabella que pedirá uma posição formal nesta sexta-feira, prazo solicitado pelo clube a Abel Braga, que já respondeu à diretoria tricolor que aceita assumir o cargo. O São Paulo não pode esperar até dia 17 porque o prazo está às vésperas de uma eventual semifinal de Paulistão e do decisivo jogo contra o Corinthians, pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.

Diretoria se divide

O São Paulo cada vez concorda menos, dentro de sua diretoria, sobre qual deve ser o sucessor de Muricy. A escolha de Abel Braga é a preferência do departamento de futebol: o vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro é quem conversa todos os dias com o ex-técnico do Internacional e já deixou claro seu posicionamento. Já o presidente Carlos Miguel Aidar sonha com Sabella. Entre os dois nomes, o resto da diretoria apoia mais o argentino do que Abel.

No entanto, o nome que atrai mais adeptos entre a diretoria do São Paulo é Vanderlei Luxemburgo. Fosse o sucessor escolhido em uma votação entre presidente, vices e diretores, Luxemburgo sairia vitorioso. Mas o preferido está empregado no Flamengo, clube com o qual o São Paulo tem boa relação.

Vanderlei Luxemburgo se tornou o nome mais importante por algumas horas na terça-feira antes de Abel Braga recuar depois de uma resposta negativa e resolver aceitar a oferta – a família de Abel, em especial sua esposa, afirmou que não o acompanharia aos Emirados Árabes, de onde tem uma proposta milionária e totalmente fora dos padrões brasileiros.

Mesmo com o sim de Abel, Luxemburgo deve receber uma proposta do São Paulo caso a negociação com Sabella fracasse – por resposta negativa do argentino ou fim da paciência são-paulina. O São Paulo não escolherá o sucessor de Muricy em uma votação, mas sim na assinatura do presidente Carlos Miguel Aidar, que tem preferência por Luxemburgo no embate com Abel.