Desde Poy, treinador estrangeiro não fica nem um ano no São Paulo

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Gazeta Esportiva – Tossiro Neto

É praticamente uma exigência de Ataíde Gil Guerreiro: o vice-presidente de futebol do São Paulo quer um estrangeiro para comandar a equipe. O nome da vez é o colombiano Juan Carlos Osorio, do Atlético Nacional. A história mostra, porém, que treinadores do exterior não tiveram grande sucesso no clube recentemente. O último a ficar mais de um ano foi o argentino José Poy, na década de 1970.

Foram várias passagens as de Poy, somando 422 jogos à frente do time, com 213 vitórias, 129 empates e 80 derrotas. A penúltima, a mais duradoura (três anos e quase quatro meses, entre julho de 1973 e outubro de 1976), rendeu o título paulista de 1975. O quinto pelo São Paulo, considerando também os conquistados como goleiro (1948, 1949, 1953 e 1957).

Desde o último trabalho de Poy no clube, apenas três técnicos não foram brasileiros: o chileno Roberto Rojas e os uruguaios Darío Pereyra e Pablo Forlán. Nenhum deles completou nem sequer uma temporada.

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Último estrangeiro campeão no comando da equipe foi o argentino José Poy, com o título paulista de 75

Rojas, o último dos 12 estrangeiros da história, ficou no comando de maio a dezembro de 2013, período em que levou o time à terceira posição no Campeonato Brasileiro e garantiu a classificação para a Copa Libertadores, o que o clube não conseguia havia uma década. Mesmo depois do sucesso do preparador de goleiros no cargo, a diretoria contratou Cuca.Também foi de forma interina o começo de Darío Pereyra, em abril de 1997. À beira do campo, o ex-zagueiro foi vice-campeão paulista e terminou o Brasileiro na 13ª posição. Em meio ao Torneio Rio-São Paulo do ano seguinte, foi substituído por Nelsinho Baptista depois de uma derrota para o Fluminense. Sete anos antes, em 1990, Forlán ficou cinco meses e deu lugar a Telê Santana.

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Há uma diferença significativa dos três exemplos para Juan Carlos Osorio, entretanto. O colombiano nunca defendeu o São Paulo – encerrou a carreira como jogador precocemente, por lesão, e foi para os Estados Unidos. Mais tarde, foi estudar futebol e se formou na Inglaterra, país em que trabalhou como preparador físico e assistente do Manchester City. Além do prestígio na Colômbia, também já trabalhou no futebol mexicano.

Na temporada passada, o treinador de 53 anos chamou atenção dos dirigentes brasileiros ao demonstrar muito conhecimento sobre a equipe do São Paulo, a qual eliminou no Morumbi, na semifinal da Copa Sul-americana. Desde 2012 no Nacional, com o qual tem contrato até 2017, ele já ganhou títulos locais e não seria liberado pelo clube sem compensação financeira.