Vitórias, atuações convincentes e treinos: Milton “ressuscita” o São Paulo

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Fonte: Globo Esporte

Morumbi, 8 de abril: São Paulo 3 a 0 sobre a Portuguesa. Os 5.240 torcedores que foram ao estádio do Tricolor naquela quarta-feira pela última rodada da primeira fase do Paulista presenciaram a reestreia de Milton Cruz no comando técnico.

Dois dias depois da queda de Muricy Ramalho, um dos nomes mais fortes para assumir a equipe era o de Vanderlei Luxemburgo, do Flamengo, ao lado de Alejandro Sabella. Na ocasião, torcedores do Tricolor gritaram o nome de Luxa e levaram faixas pedindo o “projeto” no clube.

Pouco mais de um mês depois, o treinador esteve no Morumbi, mas como adversário e saiu derrotado pelo São Paulo: 2 a 1, com time misto, pela estreia do Brasileirão. A vitória emblemática do atual técnico sobre o comandante que tinha o nome cotado mostra como Milton Cruz conseguiu “ressuscitar” a equipe.

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O maior ganho do São Paulo com Milton Cruz está nos resultados. São sete jogos, com seis vitórias e uma derrota, na qual o time foi eliminado pelo Santos na semifinal do Paulista. Exceção feita à suada virada sobre o Danubio, no Uruguai, por 2 a 1, pela Libertadores, as outras cinco vitórias do Tricolor vieram acompanhadas de atuações convincentes (Portuguesa, RB Brasil, Corinthians, Cruzeiro e Flamengo).

No dia a dia, o ritmo e o método dos treinamentos mudaram. As atividades de dois toques em campo reduzido, por exemplo, normalmente sem muita pegada, ganharam intensidade. Os próprios atletas reconhecem que os trabalhos no CT da Barra Funda estão fazendo efeito prático durante as partidas, pois simulam situações de jogo. Os treinos coletivos também são raridade, pois ele é adepto ao trabalho com vídeos usando um computador para mostrar como quer o posicionamento do time em campo.

Milton Cruz não adota um esquema tático padrão. Com Muricy em 2015, o São Paulo quase sempre atuou no 4-2-3-1, usando algumas variações. O atual comandante prefere moldar o sistema de acordo com o adversário, assim como os trabalhos nos treinamentos.

Diante do Cruzeiro, por exemplo, Milton Cruz usou Wesley aberto pela esquerda apenas para conter os avanços de Mayke, lateral-direito que apoia muito. No último domingo, por outro lado, contra o Flamengo, o volante ocupou o mesmo lado do campo, mas teve muito mais liberdade para chegar ao ataque e fazer jogadas como a assistência para Luis Fabiano abrir o placar.

Após tantas mudanças com efeitos positivos, Milton deu tempo e tranquilidade para a direção decidir o que fazer sobre um novo comandante. O presidente Carlos Miguel Aidar chegou a dizer que efetivou o treinador, mas o clube aguarda movimentos para decidir seu próximo passo. Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro, rival nas oitavas de final da Taça Libertadores, é um dos técnicos monitorados.