Fonte: UOL
Dia 10 é data de pagamento no São Paulo. Mas não será nesta quarta-feira. O Tricolor completa dois meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem dos atletas. E no ‘aniversário’ da inadimplência, a promessa é de honrar os depósitos assim que uma verba extraordinária cair no caixa. A conta não bate há tempos e a administração do problema tem vários motivos.
A direção trata o tema abertamente. Os pagamentos dos jogadores são divididos entre salários em carteira de trabalho (CLT) e direitos de imagem, contratados paralelamente por meio de prestação de serviços. E são estes pagamentos que não acontecem desde 10 de abril. Os valores de salário estão em dia.
E a conta não tem batido por conta de dois fatores. Sem patrocínio master na camisa, que poderia render algo próximo de R$ 25 milhões anuais, o São Paulo tenta compor o valor com patrocínios paralelos, considerados ‘verbas extras’. Valores menores, como o pago pela Copa Airlines, em patrocínio paralelo, tentam compor a soma e sanar as dívidas, mas sem sucesso. E mesmo que tivesse o patrocínio master efetivado, o valor não pagaria todas as dívidas antigas do clube.
Além disso, empréstimos contraídos para investimentos do clube em melhorias no CT de Cotia ou mesmo outras investidas forçam pagamentos próximos de R$ 8 milhões entre parcelas e juros a bancos. Tudo isso faz o clube correr para conseguir estancar rapidamente o vazamento.
O montante devido aos atletas é mantido em sigilo pela direção do São Paulo. No entanto há a garantia de que assim que qualquer verba extraordinária for depositada, as dívidas terão fim. O atraso não deve se prorrogar, mesmo que isso não interfira – sob a ótica do comando do clube – no desempenho do time.
A proximidade da abertura da janela de transferências reacende a chance de negociação de jogadores para Europa. Rodrigo Caio, cujos direitos econômicos são 80% do Tricolor, é alvo do Atlético de Madri. Uma venda pelos 20 milhões de euros pretendidos daria saúde financeira por alguns meses.
Aqueles que recebem mensalmente com contrato de carteira de trabalho estão ilesos. É o caso do volante Souza. “Eu sou suspeito para falar. Tenho um contrato em que todo pagamento é na carteira (de trabalho). Para mim não interfere, está em dia. Não fico falando com outros jogadores, nem comentamos sobre isso”, disse o volante Souza.
Mas a promessa é de resolver este problema o mais breve possível. Até para dar tranquilidade ao trabalho do técnico Juan Carlos Osorio.