UOL
Victor Martins
Bruno Cantini/Atlético-MG
Giovanni Augusto comemora gol marcado no triunfo por 2 a 1 sobre o Sport
Pouco mais de uma década atrás o Paysandu está na elite do futebol brasileiro. Na equipe sub-15 paraense, duas joias despontavam, mas logo foram descobertas pelo trabalho de captação das equipes do Sudeste. O primeiro a sair foi Paulo Henrique Ganso, contratado para a base do Santos. Pouco tempo depois foi a vez de Giovanni Augusto ser seguir para o Atlético-MG.
A partir de então os amigos paraenses traçaram carreira distintas. Ganso rapidamente se destacou. Aos 21 anos o meia já era protagonista no Santos que conquistou a Copa do Brasil de 2010, com Dorival Júnior, e a Libertadores do ano seguinte. O sucesso com a camisa 10 santista rendeu convocações para a seleção brasileira e muita fama.
Porém, a fase atual de Ganso não é das melhores. Situação oposta vive o amigo Giovanni Augusto. Também foi com Dorival Júnior que o meia teve a primeira sequência entre os profissionais do Atlético, depois de trabalhar com Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo, nos anos anteriores. Porém a carreira não decolou. Acabou emprestado para Náutico, Grêmio Barueri, ABC, Criciúma e Figueirense.
Foi então que veio o primeiro gol na Arena Corinthians e um novo rumo na carreira. Camisa 10 do Figueirense no Brasileirão 2014, Giovanni foi cobiçado por outros grandes clubes, mas voltou para o Atlético e renovou o contrato. Valorizado e com moral, o agora ele veste a 14 e tem correspondido em campo. Mesmo o técnico Levir Culpi tendo nomes como Guilherme e Dátolo à disposição, Giovanni Augusto aproveitou a oportunidade e se tornou o dono da posição.
Mas ainda falta algo. Falta um grande título, como já tem Paulo Henrique Ganso. O reencontro com o amigo, nesta quarta-feira, às 22h, no Mineirão, no clássico entre Atlético e São Paulo, pode ser determinante para conquista desse sonho. Líder isolado, o time mineiro precisa vencer para continuar sozinho na ponta da classificação.
“Vai ser um grande jogo, com duas equipes de muita tradição. Uma partida especial, do outro lado está um antigo amigo, o Paulo Henrique Ganso. Mas nossos objetivos no Atlético são maiores do que isso, estamos na liderança e temos de buscar a vitória. Então eu espero levar a melhor contra ele. Espero que o Ganso não esteja em uma noite iluminada, pois todos nós sabemos que é um craque”, disse Giovanni Augusto ao UOL Esporte.
Se o jogador atleticano ainda busca um primeiro grande título, emprestado ele não participou das recentes conquistas alvinegras, Ganso também busca o inédito Brasileirão. Ano passado ele bateu na trave, com o vice-campeonato do São Paulo. A diferença entre Atlético e São Paulo não é grande, apenas cinco pontos, o que permite a equipe tricolor seguir em busca da sétima conquista.
Quando ambos estiverem no gramado do Mineirão, Giovanni Augusto sabe muito bem o que vai pensar. Antes de abraçar o amigo Ganso e de o juiz Dewson Freitas da Silva apitar o início do jogo, o meia atleticano vai lembrar da última década, quando tudo começou, lá em Belém.
“Não é fácil, para jogadores do Norte a dificuldade é muito grande. Somos dois jogadores que saímos de Belém. Eu fico feliz, pois ele é um jogador reconhecido e com muitos títulos. Eu ainda estou procurando meu espaço. Mas como falei, quero muito esse título, ser campeão com o Atlético, entrar para a história e ser mais um paraense vencedor”.
Em 2014 o reencontro entre Ganso e Giovanni não aconteceu em nenhum dos duelos entre Figueirense e São Paulo, pelo Brasileirão. Giovanni Augusto até marcou no empate em 1 a 1, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, mas Ganso não jogou. No segundo turno, outro empate, também em 1 a 1, no Morumbi. Dessa vez sem a presença de nenhum dos paraenses.
Ta ferrado