UOL
Guilherme Palenzuela
Ricardo Nogueira/Folhapress
Juan Carlos Osorio quer São Paulo no 3-4-3, mas não tem zagueiros para manter esquema
O time ideal que Juan Carlos Osorio quer ter no São Paulo jogará, prioritariamente, com três zagueiros. Segundo quem participa do planejamento da equipe no departamento de futebol, o time que o treinador colombiano imagina até o fim do ano jogará principalmente no 3-4-3 com a possibilidade de alternar esquemas táticos durante as partidas. O problema é que, na avaliação de Osorio, o fracasso na negociação com Dória fez com que o São Paulo fique sem zagueiros suficientes para jogar assim. E agora, com a janela internacional fechada, a solução é buscar opções na Série B.
O 3-4-3 que Osorio pensa tem três zagueiros, um volante à frente dos defensores, dois alas pelas laterais, um meia e três atacantes. Quando não tiver um centroavante à disposição, a ideia é fazer de Paulo Henrique Ganso um falso 9, entre os dois pontas, com um acréscimo de mais um volante no meio de campo. Na defesa, o treinador colombiano queria Dória, canhoto, para ser o titular pelo lado esquerdo. Sem ele, seus titulares são Rafael Toloi, Lucão e Rodrigo Caio.
O problema é que, no pensamento do treinador, o São Paulo tem de ter opções de qualidade equivalente para rodar o elenco. Osorio acredita que o calendário do futebol brasileiro exige revezamento para que os atletas atuem sempre perto da condição física ideal sem acumular cansaço. As outras opções para a zaga são Edson Silva, reserva, Lyanco, jovem de 18 anos que tem apenas um jogo como profissional, e Breno, que não joga há quatro anos. Neste momento, é praticamente impossível implementar o 3-4-3 como formação tática padrão.
Com o encerramento da janela internacional de transferências, o São Paulo procura na Série B do Campeonato Brasileiro aquele que pode ser uma alternativa para Dória. “Estamos analisando a segunda divisão do Brasil. Muitos jogos. Eu, Milton, falando com outros treinadores, acho que há possibilidades para nós”, falou Osorio, no CT da Barra Funda.
A esperança por Dória acabou na terça-feira, data do encerramento da janela internacional de transferências. Segundo informado por membros da diretoria do São Paulo, o departamento de futebol viabilizou com o Olympique de Marselha, da França, a contratação de Dória, mas teve a operação barrada pela própria cúpula são-paulina. Após oferecer duas propostas, foi encaminha um acordo na terceira oferta, de 6 milhões (R$ 21 milhões) por 100% dos direitos econômicos do atleta, que seriam repassados pelo diretor de marketing Vinicius Pinotti via empréstimo – ele nega. A diretoria barrou o negócio devido aos problemas financeiros do clube neste momento, temendo problemas para pagar o empréstimo e os salários do atleta, acordados em R$ 350 mil.
Osorio também já explicou que neste momento enxerga e treina duas formas de compor o sistema defensivo: com três zagueiros ou com dois zagueiros em linha e outro imediatamente à frente, como um primeiro volante recuado, naquela que pode ser uma mudança possível durante as partidas.
“Vocês conhecem, jogamos domingo e quarta. Não há muito tempo para preparar dois jogos com três dias. Acho que a mudança no jogo entre dois zagueiros e um volante é muito importante. Pode ser Rodrigo e Rafael, Rafael e Lucão, e aquele que joga à frente deixa de ser zagueiro. Não decidi, mas no treinamento tentamos todas as possíveis mudanças”, analisa.
