SP renegocia comissão de R$ 18 mi em contrato da Under Armour.

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Guilherme Palenzuela

São Paulo lança nova camisa no Morumbi8 fotos

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Rodrigo Caio, Centurión e Denis apresentam a nova camisa do São Paulo com patrocínio da Under Armour Marcello Zambrana/Agif

O São Paulo já está inadimplente com a Far East, empresa apontada como comissionada na intermediação do acordo com a Under Armour pelo fornecimento de material esportivo até 2020. Depois do contrato de comissão avaliado em R$ 18 milhões não passar pelo conselho deliberativo, o clube agora comunicou a empresa comissionada que não tem condições de repassar o pagamento e tenta renegociá-lo. A disputa que pode acabar na Justiça.

A Far East é representada pelo empresário norte-americano Jack Banafsheha e fechou contrato de comissionamento em 15% do valor total do acordo de cinco anos entre São Paulo e Under Armour, avaliado em R$ 122 milhões – foram R$ 6 milhões em luvas, R$ 15 milhões anuais em aporte financeiro e R$ 8,2 milhões anuais em material. O acordo prevê comissão de 15% sobre todos os repasses da Under Armour ao clube.

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Do montante, o São Paulo já recebeu luvas e um adiantamento de R$ 10 milhões ainda em dezembro de 2014, além dos pagamentos de 2015 – os R$ 15 milhões anuais são pagos em quatro parcelas. O clube já deveria ter repassado à Far East a comissão sobre os valores recebidos, mas não encaminhou qualquer verba.

Por definição da diretoria, é tarefa agora do CEO Alexandre Bourgeois, contratado pelo presidente Carlos Miguel Aidar em junho, renegociar com a Far East o pagamento da comissão. A tentativa é reduzir a participação de 15% ou ampliar o prazo de pagamento da comissão. O São Paulo, no entanto, não sabe como a empresa comissionada receberá a tentativa de renegociação e admite que, caso não consiga chegar a um acordo, o caso pode acabar na Justiça.

O São Paulo passa por momento financeiro delicado e não consegue abrir mão da completa receita vinda da Under Armour neste momento. O clube tem dívida avaliada em R$ 277 milhões entre empréstimos bancários, débitos trabalhistas, passivo fiscal e pagamentos atrasados a fornecedores e prestadores de serviço.

“Se o São Paulo não vender nenhum jogador até o fim de agosto, não terá dinheiro em setembro para pagar jogadores, empregados, fornecedor de alimento, conta de luz e conta de água”, falou um dirigente do clube que pediu para não ser identificado.

O contrato de comissão à Far East não foi incluído pelo presidente do conselho deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ex-vice-presidente do clube, nas últimas reuniões. O conselho entende que a comissão paga foi excessiva e ainda não aprovou o acordo, que por isso não pode ser executado.