SP vê público cair pela metade, mas obtém renda igual à do Brasileirão 2014.

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UOL

Diego Salgado

 

  • Ernesto Rodrigues/Fplhapress

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    São paulo registrou contra o Fluminense o seu pior público no Brasileirão 2015São paulo registrou contra o Fluminense o seu pior público no Brasileirão 2015

Quem assiste às partidas do São Paulo como mandante no Campeonato Brasileiro tem notado a falta de público nas arquibancadas e cadeiras do Morumbi. A baixa presença de torcedores, inclusive, já foi citada pelo técnico Juan Carlos Osorio. Após seis jogos da competição, o clube viu a média de público cair pela metade em relação à registrada no mesmo período da edição 2014. A renda bruta acumulada, por sua vez, é praticamente a mesma.

O fato está ligado à postura da diretoria são-paulina em relação aos preços do ingressos. Nos primeiros seis confrontos do Brasileirão do ano passado, o valor médio da entrada era de R$ 16,95. Hoje, o preço médio cobrado pelo São Paulo é de R$ 32,58.

Após os jogos como mandante no Brasileirão 2015, o clube paulista arrecadou R$ 2,89 milhões, contra R$ 2,76 milhões registrado nos seis jogos iniciais da campanha de 2014. O número total de torcedores, entretanto, desabou, de 162,9 mil para 88,9 mil, queda de 45,4%. A média de público passou de 27,1 mil para 14,8 mil.

Nesse cenário, o São Paulo poderia ter quase o dobro de torcedores no Morumbi caso cobrasse o mesmo valor dos ingressos, obtendo a mesma renda. Procurado pela reportagem, a diretoria de marketing disse que o preço atual será mantido.

“Não há expectativa de baixar. Nós já baixamos o preço este ano. No Brasileiro a gente pôs o preço que a torcida pediu. Entendemos o recado. Estipulamos um preço para o Brasileiro e estamos vendendo um pouco baixo. Não tem sentido a R$ 20”, disse Douglas Schwartzmann, vice-presidente de marketing do São Paulo.

Ao término do Brasileirão 2014, o São Paulo arrecadou R$ 14,4 milhões, com média de público de 28,5 mil torcedores por jogo. A equipe ainda jogou na Arena Barueri contra o Corinthians (público de 14 mil) e no Pacaembu diante do Coritiba, com 31,9 mil no estádio.

A média de renda, que era de R$ 460,4 mil nos primeiros seis confrontos, fechou em R$ 760,5 mil depois de 19 confrontos em casa. Ou seja, para igualar a marca, o São Paulo precisa arrecadar R$ 11,51 milhões em 13 partidas (média de R$ 885,4 mil por jogo — hoje ela é de R$ 482,7 mil)

Segundo Schwartzmann, existe um incômodo em relação ao cenário. No último domingo, apenas 10.539 torcedores compareceram a Morumbi para a partida contra o Fluminense, no pior público do time no campeonato.

“Sempre preocupa, ninguém gosta de casa vazia, todo mundo quer casa cheia. Eu acho que a torcida do São Paulo tem essa coisa de prestigiar em um momento bom. Tem tudo a ver com as vitórias. O time vinha de duas derrotas”, disse.

No ano passado, no entanto, o São Paulo não chegou à liderança após seis jogos em casa. Nesta temporada, o fato se deu na 8ª rodada, contra o Avaí — mais de 20 mil assistiram ao empate por 1 a 1, no melhor público do time  no Brasileirão.

Em 2014, a maior concentração de público ocorreu diante da Chapecoense, na 11ª rodada, quando o time ocupava a terceira posição (quase 43 mil pessoas foram ao Morumbi).

Protesto e promoção

Os torcedores do São Paulo fizeram críticas à diretoria após os preços cobrados no primeiro jogo como mandante na Libertadores, em fevereiro deste ano. Na ocasião, o valor mais barato da entrada inteira chegou a R$ 120. Dessa forma, o São Paulo registrou o pior público na Libertadores desde 1992: 16.689 espectadores.

Nas oitavas de final, diante do Cruzeiro, a diretoria baixou o preço para R$ 60. E viu mais de 66 mil espectadores lotarem o Morumbi, no maior público da temporada. Na oportunidade, a renda chegou a R$ 3,67 milhões.

Mesmo com o exemplo, a tendência é que a diretoria são-paulina não promova mais ações desse tipo em 2015.  “Estamos estudando, vamos ver mais pra frente, Se houver, serão pontuais. Podemos fazer uma promoção para um determinado jogo, mas baixar o preço dessa forma, não vamos baixar. Não tem sentido”, explicou Schwartzmann.

Confira os números dos primeiros seis jogos de 2014 e 2015

2014
Melhor púbico: 42.979 (Chapecoense)
Pior público: 14.000 (Corinthians)
Média de público: 27.155
Total de público: 162.932
Média de renda: R$ 460.386,17
Total de renda: R$ 2.762.317,00

2015
Melhor púbico: 21.288 (Avaí)
Pior público: 10.539 (Fluminense)
Média de público: 14.816
Total de público: 88.896
Média de renda: R$ 482.723,33
Total de renda: R$ 2.896.340,00