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Diego Salgado
Atletas da base do São Paulo vendidos nos últimos 10 anos13 fotos
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O São Paulo se destacou nos últimos anos por ter revelado muitos jogadores. A partir da construção do Centro de Treinamento de Cotia, inaugurado há exatos dez anos, o clube conseguiu arrecadar mais de R$ 200 milhões com a venda de atletas da base. Apesar disso, a transferência do meia-atacante Lucas salvou o São Paulo do prejuízo em relação à formação de atletas desde 2005.
Os gastos com a base chegaram a R$ 159,3 milhões, segundo os dez últimos balanços financeiros. Após uma década, o valor arrecadado com transferências de atletas formados em Cotia atingiu R$ 213,2 milhões, contando apenas os diretos econômicos do São Paulo. Dessa forma, o clube lucrou R$ 53,9 milhões. Sem a venda de Lucas, o prejuízo chegaria a R$ 32,6 milhões.
A reportagem do UOL Esporte teve acesso com exclusividade a um relatório do clube. Segundo o levantamento, cerca de 1.000 jogadores passaram pelo CT de Cotia em todas as categorias. Não entram na lista os jovens que fizeram testes em peneiras do São Paulo.
Desse total, 60 jogaram pelo time principal – dez deles fazem parte do elenco atual e outros dez estão emprestados. Completam a conta mais 25 jogadores que saíram do clube de graça e mais 15 atletas que foram negociados. A maior venda é a de Lucas, ao Paris Saint-Germain, em 2012: R$ 115,3 milhões (o São Paulo recebeu R$ 86,5 milhões).
Mais 32 atletas passaram pelos elencos são-paulinos dos últimos dez anos, mas nunca entraram em campo. Três deles ainda estão à disposição do técnico Juan Carlos Osorio: o atacante Luiz Araújo, o goleiro Lucas Perri e o zagueiro Rony.
Ao longo dos anos, o investimento na base do São Paulo triplicou. Em 2005, no ano em que o CT de Cotia foi inaugurado, o São Paulo desembolsou R$ 4,9 milhões (R$ 7,9 milhões, em valores atuais, corrigidos pelo índice IPCA). No ano passado, o valor atingiu R$ 26,7 milhões – em 2013, chegou ao ápice: R$ 27,3 milhões.
Estrutura
O São Paulo inaugurou o CT de Cotia no dia 16 de julho de 2005. Segundo a diretoria financeira do clube, o terreno de 220 mil m² foi comprado por R$ 2,2 milhões, valor pago em dez parcelas. Ao longo dos anos, a estrutura do local passou por melhorias.
Algumas obras foram viabilizadas pela Lei de Incentivo ao Esporte, do Ministério do Esporte. Em 2007, um repasse de R$ 13,9 milhões possibilitou a realização de grandes intervenções do Centro de Treinamento.
A construção de um alojamento com capacidade para 148 atletas custou R$ 6,7 milhões. Já a obra de uma arquibancada para 1.500 torcedores em um dos campos saiu por R$ 4,4 milhões. O Centro de Reabilitação Esportiva do local, por sua vez, foi erguido por R$ 2,8 milhões.
Confira os valores relativos ao CT de Cotia nos últimos dez anos:
Custo de atletas em formação
2005: R$ 4,9 milhões
2006: R$ 7,5 milhões
2007: R$ 9,2 milhões
2008: R$ 11,3 milhões
2009: R$ 12,8 milhões
2010: R$ 16,3 milhões
2011: R$ 19,3 milhões
2012: R$ 24,0 milhões
2013: R$ 27,3 milhões
2014: R$ 26,7 milhões
Total: R$ 159,3 milhões
Valor de transferências em 10 anos:
Lucas: R$ 86,5 milhões
Breno: R$ 32,0 milhões
Hernanes: R$ 23,0 milhões
Lucas Piazon: R$ 16,9 milhões
Oscar: R$ 15,0 milhões
Casemiro: R$ 13,4 milhões
Alex Silva: R$ 6,5 milhões
Lucas Evangelista: R$ 6,1 milhões
Jean: R$ 6,0 milhões
Bruno Uvini: R$ 3,8 milhões
Henrique: R$ 2,8 milhões
Juninho: R$ 924 mil
Mazola: R$ 321 mil
Total: R$ 213,2 milhões
Se for ver pelo lado financeiro, uma empresa que tem uma rentabilidade de mais de 25%, como é o caso da base de cotia, pode ser considerada um case de sucesso.
E se a venda do Rodrigo Caio fosse concretizada, esse porcentual seria ainda maior!
Mas vemos coisas que podem ser melhoradas, como os gastos que vem crescendo vertinosamente desde 2005. Com a atual gestão, já teve um decréscimo no ultimo ano, mas acho que pode chegar num patamar bem menor do atual, se fechar algumas torneiras que estavam escancaradas com a administração anterior.
Com exceção do Oscar, que forçou sua saída e do Hernanes, o resto dos jogadores foram muito bem vendidos. Mas não foi um mal negócio em ambos, apenas acho que alcançariam valores maiores pelo futebol que apresentam.