Com estilo ofensivo, Osorio reconstrói São Paulo durante o Brasileiro

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GloboEsporte.com

Marcelo Prado e Marcelo Hazan

 

Mesmo perdendo sete jogadores, treinador consegue reorganizar equipe, que se tornou agressiva na frente. Sem titulares definidos, ele ainda não repetiu escalação.

Em 13 jogos, 13 escalações diferentes, 30 jogadores utilizados. O que para outros treinadores é um problema, para o técnico Juan Carlos Osorio, do São Paulo, é uma opção. Ele costuma fazer rodízio para manter todos os atletas em atividade. Somente seis ainda não foram utilizados pela comissão técnica: Denis, Daniel e Alan Kardec (machucados), Léo e Lucas Perri (goleiros) e Wilder Guisao (que ainda aprimora a forma física).

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Por enquanto, vem dando resultado: a equipe, com fôlego, vem crescendo de rendimento na reta final do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.

Com pouco mais de dois meses no clube, já é possível dizer que o São Paulo tem a característica que o técnico colombiano tanto gosta: o gosto pelo ataque. Mesmo correndo riscos defensivos, já que fica exposta em alguns lances, o Tricolor hoje é um time que propõe o jogo e cria muitas chances durante a partida.

Juan Carlos Osorio São Paulo (Foto: Site oficial do SPFC)
Osorio vem variando esquema e escalações
(Foto: Site oficial do SPFC)

Uma frase dita pelo treinador após o clássico contra o Corinthians, domingo passado, resume bem o que ele espera de sua equipe dentro de campo.

– Corremos riscos, mas é uma decisão pessoal, com a qual trabalhamos no dia a dia. Creio que o futebol brasileiro é admirado em todo o mundo, mas vocês pensam que deve mudar. Uma coisa que pode e deve mudar é dar melhor espetáculo, atacar mais, ir para frente. Não vamos mudar isso.

Osorio vem conseguindo colocar um time competitivo em campo mesmo perdendo sete jogadores durante o primeiro turno do Campeonato Brasileiro: Paulo Miranda, Denilson, Souza, Jonathan Cafu e Boschilia foram vendidos. Dória foi devolvido ao Olympique de Marselha, e Ewandro está emprestado ao Atlético-PR.

Da equipe que entrou em campo no dia 6 de junho para enfrentar o Grêmio ao time que começou a partida contra o Figueirense, na última quarta-feira, muita coisa mudou. Com tempo para treinar e experimentando jogadores, Osorio foi em busca de uma base. Contra o Fluminense, no seu sexto jogo à frente da equipe, pode escalar o time com três zagueiros, formação que ele mais gosta. Contra o Coritiba, foram três atacantes. Nos últimos três jogos, mesmo com esquemas diferentes, percebeu-se um time consistente.

Diante de Atlético-MG e Corinthians, as duas melhores equipes da competição, o São Paulo jogou de igual para igual, criou várias chances de gol e, se tivesse caprichado nas finalizações, teria conquistado mais do que apenas um ponto, fruto do empate com o rival de Parque São Jorge. Contra o Galo, o time atuou no 3-5-2. Diante do Timão, iniciou no 3-4-3 e no segundo tempo passou a jogar no 3-3-3-1:

campinho São Paulo clássico Corinthians (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Contra o Corinthians, formação inicial no 3-4-3, com Ganso pela direita (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Na última quarta, em Santa Catarina, o 4-3-3 foi o esquema utilizado. Mesmo com seis peças diferentes em relação ao jogo anterior, o time se manteve organizado, foi superior e mereceu a vitória por 2 a 0.

São Paulo de Osorio no 4-5-1 contra o Figueirense (Foto: GloboEsporte.com)Contra o Figueirense, Osorio mudou jogadores, esquema, mas time manteve padrão (Foto: GloboEsporte.com)

O mais difícil para o grupo assimilar foi o tão falado rodízio na escalação, o que não é comum no futebol brasileiro. Problemas aconteceram. Michel Bastos reclamou de ser substituído contra o Figueirense, Paulo Henrique Ganso não cumprimentou o treinador quando saiu diante do Coritiba.  Centurión foi outro que se queixou por ter pouco tempo para mostrar serviço.

Osorio não se abalou. Tanto que nem precisou do suporte da diretoria para resolver essas questões. Com tantas mudanças, hoje é impossível dizer qual time será escalado na próxima partida. Mas já é possível acreditar que a equipe manterá o padrão de jogo.

– O rodízio é importante para todos se sentirem úteis. Em um ambiente de trabalho isso é bom. O professor tem uma filosofia europeia e não me assusto porque tive essa experiência. Isso valoriza todo o grupo. Tomara que consigamos manter bons resultados – afirmou o volante Wesley, que foi titular na partida da última quarta-feira.

Neste sábado, diante do Goiás, às 21h, no Morumbi, é muito provável que a 14ª escalação diferente seja utilizada. Isso porque Rogério Ceni, com dores na virilha direita, é dúvida. Luiz Eduardo está suspenso, e Luis Fabiano deverá ganhar um descanso após disputar dois jogos seguidos. Rodrigo Caio, recuperado de uma tendinite no joelho esquerdo, pode voltar. Além disso, Michel Bastos, que foi poupado em Santa Catarina, tem retorno assegurado.