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Marcelo Hazan e Marcelo Prado
Tricolor, que detém 50% dos direitos, e empresa ligada ao ex-presidente do Bugre, dona de 30%, divergem sobre valores; clube de Campinas contesta “repasse indevido”.
Boschilia segue treinando enquanto aguarda o fim na negociação (Foto: Site oficial do SPFC)
A venda do meia Boschilia para o Monaco, da França, está travada. A falta de entendimento entre a diretoria do São Paulo e a empresa Hard Zone, cujo ex-presidente do Guarani, Marcelo Mingone, é um dos sócios, impede o acerto. Os direitos sobre o jogador estão divididos da seguinte maneira: Tricolor tem 50%, a empresa possui 30% e o atleta, 20%.
O valor total da proposta do clube francês é de € 9 milhões (R$ 34,1 milhões). Mas o São Paulo, nas conversas com o Monaco, estipulou o preço de € 7 milhões (R$ 26,5 milhões) por sua parte, com os € 2 milhões (R$ 7,5 milhões) restantes divididos entre a empresa e o jogador.
Boschilia concordou em reduzir a sua porcentagem para ser negociado. O problema é que a Hard Zone bateu o pé e segue exigindo o valor total de sua parte, que chegaria a € 2,7 milhões (R$ 10 milhões).
Outro problema para o desfecho da transferência é que a atual diretoria do Guarani, presidida por Horley Senna, promete entrar na Justiça para recuperar os 30% da venda do jogador que foram repassados à empresa ligada a Mingone. O Bugre teve o meia de 2009 a 2012, quando ele foi vendido ao São Paulo por R$ 600 mil, dias antes da renúncia de Mingone. A equipe de Campinas vê irregularidades na venda do meio-campista, que sequer estreou pelo elenco profissional do time. De qualquer forma, o Guarani projeta receber ao menos R$ 1 milhão na venda do jogador por ser o formador.
Enquanto isso, Boschilia segue treinando normalmente no CT da Barra Funda. O meia de 19 anos sabe que a negociação está travada e tem ciência do problema envolvendo o Guarani. Ele continua sendo relacionado para os jogos por Juan Carlos Osorio.
Quem cuida da negociação pelo São Paulo é o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, em conversas com Giuliano Bertolucci, empresário do jogador. O dirigente tem evitado dar explicações aos jornalistas, mas no último domingo disse que esperava acertar a transferência nesta semana.
O São Paulo conta com o dinheiro da venda para amenizar sua delicada situação financeira. O clube tem uma dívida estimada em R$ 273 milhões e encontra dificuldades até parar pagar os salários – os atrasos foram quitados recentemente.
Até agora saíram Souza (Fenerbahçe), Denilson (Al Wahda), Paulo Miranda (RB Salzburg), Jonathan Cafu (Ludogorets), Ewandro (empréstimo ao Atlético-PR) e Dória (não teve empréstimo renovado). O Tricolor contratou Luiz Eduardo (zagueiro ex-São Caetano) e Wilder Guisao (Toluca, do México) sem custos.