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Juliano Costa
São Paulo leva susto no início, mas depois vence a Ponte com tranquilidade com boa participação e entendimento de seus três principais jogadores ofensivos.
O São Paulo ainda não havia aberto o placar contra a Ponte Preta quando o repórter André Hernan, do SporTV, flagrou uma ordem clara do técnico Juan Carlos Osorio para o lateral-esquerdo Reinaldo:
– Você está proibido de passar à frente do Pato.
O colombiano estava duplamente preocupado: não queria ver Reinaldo tomando bola nas costas e nem restringir a liberdade ofensiva de Pato, já que não faria sentido obrigar seu principal jogador a ficar marcando as subidas do lateral adversário, o bom Rodinei. Àquela altura, a Ponte já havia assustado o Tricolor, justamente com uma jogada iniciada no setor de Reinaldo. Sorte que Renan Ribeiro pegou o chute de Bady.
Com Pato livre para voar, o São Paulo cresceu. Aberto pela esquerda, como gosta de atuar, o atacante criou chance atrás de chance. Saiu de campo triste, apesar dos 3 a 0 que garantiram ao Tricolor uma noite de sono no G-4 (clique aqui e veja a tabela do Brasileirão), já que fez de tudo para deixar sua marca naquela que pode ter sido sua despedida do Tricolor – com uma proposta de um clube europeu, ele mesmo não garante que vá ficar no Morumbi.
Ganso, por sua vez, também foi decisivo na vitória sobre a Ponte. Ele começou mal – disperso, chegou a ser desarmado com incrível facilidade por um marcador, gerando contra-ataque da Macaca. Mas acordou, fez a jogada do primeiro gol e marcou o segundo, em duas jogadas contestadas pelos jogadores da Ponte, que reclamaram de falta e depois de impedimento do meia. Na comemoração, o meia correu para abraçar o técnico Juan Carlos Osorio – e fez com que todos os colegas de time fizessem o mesmo, numa demonstração de que o grupo está fechado com o treinador.
Osorio, aliás, armou o São Paulo num esquema tradicional, o 4-3-3, à prova de críticos que relutam em aceitar suas ousadias táticas. Desta vez, a principal novidade ficou por conta de Michel Bastos, atuando aberto pela direita, como fazia no Lyon, da França. Com liberdade, o “ex-lateral-esquerdo, ex-volante e ex-meia” pintou como centroavante em vários lances. Foi assim, por exemplo, que abriu o placar, aproveitando passe de Ganso.
No quarteto ofensivo formado por Ganso, Pato, Michel Bastos e Wilder Guisao, era o colombiano quem demonstrava menos intimidade com a bola. Escalado como centroavante, o jogador apresentou dificuldade em fazer o pivô e chegou a perder um gol claro, quando a partida ainda estava 0 a 0 (mandou na trave). Mas desencantou no segundo tempo, completando de peixinho um belo cruzamento de Pato.
Veja abaixo como o São Paulo venceu a Ponte Preta neste sábado, no Morumbi:
Na trave
Demorou 12 minutos para o São Paulo conseguir uma boa chance. Ela surgiu depois que Ganso abriu o jogo para Michel Bastos na direita. O cruzamento do “ponta-direita” esbarrou na marcação e saiu em escanteio. Na cobrança fechada, Marcelo Lomba deu rebote para o centro da área, e Wilder Guisao conseguiu a façanha de acertar a trave. Pato ainda teve oportunidade na sequência, mas parou no goleiro da Ponte.
De fora
O São Paulo foi ganhando terreno e confiança aos poucos. Aos 17, Reinaldo acertou um belo chute de fora da área. Marcelo Lomba fez a defesa.
Descuido
A Ponte reagiu no minuto seguinte. Diego Oliveira fez bela jogada pela esquerda e cruzou rasteiro para Cesinha. A bola sobrou limpa para Bady. O meia da Ponte mostrou indecisão e demorou a bater. Renan Ribeiro fez a defesa.
Acorda, ganso!
A passividade de Ganso, mais uma vez, era gritante. Um lance aos 29 mostra isso. O meia recebe na intermediária e não há nenhum adversário num raio de cinco metros. Mas ele demora uma eternidade, e chegam dois marcadores. Um deles toma a bola e arma o contra-ataque.
Michel bastos centroavante
Numa boa jogada pela esquerda, aos 33, o São Paulo quase abriu o placar. Reinaldo fez a ultrapassagem e cruzou. Michel Bastos chegou dando de cabeça, e Marcelo Lomba fez boa defesa.
Gol!
No minuto seguinte, Michel Bastos teve nova chance e não desperdiçou. Ganso acordou e fez bela jogada na direta. Em cruzamento rasteiro para o centro da área, Michel Bastos bateu sem chances para Marcelo Lomba.
voa, pato!
Pato arrancou pela esquerda aos 44, após ganhar a dividida com Renato Chaves. O atacante invadiu a área, esperou Lomba sair e deu o toquezinho por cima. A bola saiu por pouco.
Impedido?
No segundo tempo, o São Paulo matou o jogo com dois gols antes dos 10 minutos. Aos 4, Ganso puxou contra-ataque e passou para Pato, que passou pela marcação com facilidade e quase fez um golaço – Lomba saiu abafando bem. No rebote, porém, Ganso aproveitou e mandou para a rede. A Ponte chegou a reclamar de impedimento do meia. A posição é duvidosa.
Peixinho
Aos 8, Pato cruzou para Wilder Guisao aparecer no segundo pau, de peixinho. Foi o primeiro gol do colombiano com a camisa do São Paulo. Na comemoração, dedicou à esposa, que está grávida.
Olé
Com tranquilidade no placar, os lances de efeito começaram a surgir. Aos 11, Ganso mostrou toda sua habilidade com um corte seco sobre o marcador. Na sequência, armou o contra-ataque para Pato. O São Paulo sobrava em campo.
Faz, pato!
Desesperada e desordenada, a Ponte se mandou para o ataque e deixou espaços para o Tricolor. As chances foram surgindo. A mais incrível ocorreu aos 32. Ganso entrou livre pela esquerda e quis dar o gol para Pato. O meia rolou de lado para o atacante, mas o zagueiro chegou travando e mandou para escanteio.
Chance para a garotada
No final, o técnico Osorio deu chance a alguns jogadores formados na base – Matheus Reis substituiu Reinaldo na lateral esquerda, Auro entrou na direita e o zagueiro Lyanco entrou como volante (como o colombiano já faz com Breno anteriormente).
Fica ou sai?
Depois do jogo, Pato foi questionado sobre seu futuro. Ele admitiu ter proposta de um clube europeu e disse que vai estudá-la com seu empresário, mas que sua preferência é por ficar no São Paulo.