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Marcelo Prado
Presidente do São Paulo diz que situação financeira complicada o obrigou a buscar dinheiro. Dirigente diz que modelo de investimento pode render até R$ 200 milhões.
A situação financeira do São Paulo está longe de ser confortável. Com uma dívida estimada em R$ 272 milhões, o clube sofreu com atraso de pagamento dos direitos de imagem dos atletas há meses atrás. Agora, para deixar a situação menos nebulosa, o presidente Carlos Miguel Aidar foi obrigado a antecipar receitas que só deveriam ser usadas no ano que vem. É o caso, por exemplo, da Under Armour, empresa de fornecimento de material esportivo que assinou com o Tricolor em abril por cinco anos.
Aidar já antecipou a cota que o clube teria direito a receber até dezembro de 2016. Para se ter uma ideia das dificuldades enfrentadas atualmente, só de dívidas bancárias o clube paga R$ 8 milhões por mês (contando prestações e juros). O mandatário tricolor afirmou que não teve alternativa.
– Hoje, posso dizer que a dívida está equacionada. Só que é uma equação muito cara. Estou pagando 180% da taxa Selic de juros por ano. Outros contratos já foram antecipados pela antiga administração. Tive de antecipar dois anos da Under Armour para poder melhorar a situação financeira do clube – afirmou o dirigente.
Mesmo com o quadro complicado, o dirigente mostra otimismo e acredita que, em dois anos, conseguirá acabar com os problemas financeiros do São Paulo.
– Podem escrever e me cobrar: o São Paulo vai fechar 2017 no azul. Em 2015 ainda vamos sofrer bastante, vamos sofrer menos em 2016 e em 2017 tudo se arrumará. Para que isso dê certo, é só não fazer nenhuma besteira e arrumar uma nova dívida.
Uma alternativa que pode melhorar a situação do clube é o FIDC (Fundo de Investimento de Direitos Creditórios). Através dessa modalidade, o clube espera arrecadar até R$ 200 milhões com grandes empresários comprando cotas de investimento, cujo valor mínimo é de R$ 1 milhão. Eles se tornariam donos de parte dos direitos de atletas da base de Cotia e, quando esses atletas fossem negociados, eles recuperariam o valor investido, acrescido de 120% da taxa Selic.
– É um investimento que poderá ser feito não apenas por são-paulinos, já que é bastante atrativo pelo lucro que oferece. Além disso, temos a garantia de que o investidor receberá seu dinheiro de qualquer maneira. Vamos imaginar que o atleta vinculado a determinado negócio não é negociado. Temos a receita das bilheterias e a contribuição social como garantias de pagamento – explicou o presidente.
Para entrar em funcionamento, o fundo precisa ser aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários. Ele terá a duração de cinco anos e que só começará a render após um ano e meio. Antes, não é possível retirar o investimento feito.