Conselho do SP debate caso Iago e pode pedir embargo de negociações

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UOL

Guilherme Palenzuela e Ricardo Perrone

  • Saopaulofc.net/Divulgação

    Participação de investidores e valores pagos motivam apuração do conselho deliberativo

    Participação de investidores e valores pagos motivam apuração do conselho deliberativo

O caso Iago Maidana será debatido em reunião do conselho deliberativo do São Paulo que acontecerá na noite da próxima segunda-feira (28). A operação que levou o zagueiro de 19 anos ao Morumbi usou um clube da terceira divisão de Goiás como ponte e foi viabilizada por uma empresa que investiu na compra dos direitos econômicos para tirar o atleta do Criciúma – prática proibida pela Fifa desde maio e que pode render punição ao time. Para o conselho, o caso é “gravíssimo” e pode motivar um pedido interno de embargo de negociações com atletas, para evitar maiores danos ao clube além da eventual punição esportiva.

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A empresa Itaquerão Soccer admite ter investido, por meio do Monte Cristo, da terceira divisão goiana, R$ 800 mil para adquirir 30% dos direitos econômicos e tirar Iago Maidana do Criciúma. Depois de comprado, o atleta passou dois dias registrado no Monte Cristo e teve 60% de seus direitos econômicos vendidos por R$ 2,4 milhões ao São Paulo. A Itaquerão Soccer admite ter negociado com o clube do Morumbi desde quando o jogador pertencia ao Criciúma, informação negada pelo presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar.

Além do temor pela punição esportiva, membros do conselho querem compreender porque o clube pagou valor tão alto se poderia ter contratado o zagueiro diretamente do Criciúma, sem passar pela Itaquerão Soccer.

A ideia de pedir um embargo em negociações que acontecem neste momento com jogadores para 2016 acontece porque, caso o São Paulo seja punido e impedido de contratar por determinado período de tempo, poderá ter de indenizar atletas com os quais firmou acordo para se transferirem ao clube na próxima temporada – e, neste caso, não terá como argumentar que não sabia da possibilidade da punição.

“Para mim esse caso é gravíssimo, o São Paulo pode ser punido. O Barcelona já sofreu punição por um problema semelhante. Preciso me apropriar de mais elementos, mas certamente isso vai ser debatido na próxima reunião do conselho”, disse Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do conselho deliberativo, ao UOL Esporte.

Há duas formas para que o caso Iago Maidana seja discutido na reunião do conselho: o próprio Leco, como presidente do órgão, poderá colocar o caso na pauta da reunião se julgar necessário, ou ainda qualquer outro conselheiro pode pedir a palavra para cobrar explicações.

O São Paulo já foi notificado pela CBF, assim como o Monte Cristo e o Criciúma. A entidade estuda o caso e quer saber se os clubes negociaram com a Itaquerão Soccer sabendo da condição de investidora da empresa.

Em entrevista à Rádio Globo na madrugada desta quinta-feira, o presidente Carlos Miguel Aidar afirmou que o São Paulo não sabia que Iago Maidana pertencia ao Criciúma quando questionado sobre o motivo que levou o clube a pagar valor três vezes maior ao Monte Cristo do que gastaria em uma negociação direta com o time catarinense.

“Porque o São Paulo não sabia que o jogador pertencia ao Criciúma. O São Paulo estava negociando com o empresário do atleta. Na hora do fechamento tinha um clube que era dono dos direitos, e o São Paulo tinha que comprar desse clube. Na verdade não sei por que desse barulho todo, até imagino que seja mais uma arte daqueles que querem desestabilizar nossa gestão”, disse Aidar.

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