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Dentro de campo, Palmeiras e São Paulo se encontraram duas vezes no ano: o alviverde levou a melhor nas duas. Pelo Paulistão, 3 a 0; pelo Brasileiro, 4 a 0. O resultado agregado de 7 a 0, entretanto, não acontece apenas no gramado: desde a briga entre os presidentes Paulo Nobre e Carlos Miguel Aidar em 2014 (o são-paulino chamou Nobre de “juvenil” e disse que o “Palmeiras estava se apequenando”), o palmeirense vem lendo a melhor fora de campo ao ver seu clube navegar em marés mais tranquilas.
1) Gestão e situação financeira
O São Paulo atravessa um momento financeiro complicadíssimo: uma dívida de R$ 270 milhões, que chegou a ser artificialmente diminuída em discurso da diretoria. Empréstimos bancários, impostos não pagos, obrigações da Timemania e débitos com fornecedores e empresários levam o time do Morumbi a procurar alternativas e profissionais que possam equacionar os cofres do clube, que chegou a atrasar salários de jogadores. Do lado palmeirense, a situação é bem mais tranquila: salários em dia e lucro de R$ 2,4 milhões até julho, data da aprovação do último balanço.
2) Patrocinadores
O São Paulo negociou com a Crefisa no começo do ano, mas a empresa cabou fechando com o Palmeiras. O clube comandado por Aidar ainda não encontrou um patrocínio master em 2015, enquanto o clube alviverde, entre acordos com Crefisa, Faculdade das Américas, Prevent Senior e Tim, já acumula mais de R$ 50 milhões em receitas na temporada. Parceria com esses patrocinadores ajudaram na contratação de reforços, como o atacante Lucas Barrios.
3) Manutenção do elenco
O Palmeiras contratou mais de 40 reforços na temporada e só vendeu um jogador que tinha papel importante no elenco: Leandro Pereira. As outras saídas foram de atletas que não se firmaram, como Ryder Mattos, ou jovens da base que foram emprestados, como Renato e Victor Luís. Enquanto isso, o São Paulo vendeu peças importantes do elenco como Denilson, Souza, Rafael Toloi, e promessas como Boschilia. O êxodo irritou o técnico Juan Carlos Osorio, que afirmou na sexta-feira que não confia na diretoria.
4) Relação com a torcida
O Palmeiras tem mais público e fatura mais com bilheteria do que o rival no Brasileirão. São 32,2 mil pagantes por jogo do alviverde, contra 21,8 mil do rival. Em termos financeiros, a diferença é ainda maior: o Palmeiras acumula R$ 30,2 milhões em receita bruta, contra apenas R$ 7,7 milhões do São Paulo.
5) Ambiente político
O Palmeiras é conhecido por ter um ambiente político movimentado, mas desde a ruptura entre Carlos Miguel Aidar e Juvenal Juvêncio, é o São Paulo que não conhece a paz política. Começando pelo contrato entre o clube e a namorada do presidente, Cinira Maturana, que estabelecia comissão de 20% sobre acordos do time, o último capítulo foi a demissão do CEO Alexandre Bourgeois. Contratado para ajudar na gestão e resolver os problemas financeiras, Bourgeois deixou o Morumbi após dois meses, acusado pela diretoria de tramar impeachment de Aidar, o executivo relatou ter sofrido até ameaça de agressão física na reunião que selou sua saída.
6) Sócio torcedor
O Palmeiras, que em 2013 chegou a ter apenas 7 mil sócios no Avanti, é hoje o segundo maior programa de Sócio-Torcedor no Brasil – deve superar a estimativa de R$ 30 milhões em receitas, com 129,4 mil associados. O São Paulo, depois de algumas dificuldades (por problemas na venda de ingressos, a partia diante do Danúbio, no primeiro semestre, foi um dos menores públicos na história do time na Libertadores), começou a reformular o seu programa, mas ainda esta bem atrás, com 76,7 mil membros.
7) As promessas da base
Entre revelações da base, o Palmeiras tem o mais badalado no momento. Gabriel Jesus foi introduzido aos poucos no Palmeiras até virar titular – se o atacante tiver uma má fase, Dudu e Rafael Marques podem tranquilamente assumir a posição de titulares. O São Paulo, por falta de elenco, se vê forçado a escalar os jovens Lucão e Lyanco frequentemente. Uma das maiores promessas da base são-paulina, Boschilia, foi negociada para aliviar os cofres do clube.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X PALMEIRAS
Data: 27 de setembro de 2015
Horário: 16h (de Brasília)
Local: Morumbi (São Paulo)
Árbitro: Anderson Daronco – RS (FIFA)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho – SP (FIFA) e Marcelo Carvalho Van Gasse – SP (FIFA)
São Paulo: Rogério Ceni; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos; Breno, Thiago Mendes e Ganso; Michel Bastos, Wilder e Pato. Técnico: Juan Carlos Osorio
Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Vitor Hugo, Jackson e Egídio; Tiago Santos e Zé Roberto (Amaral); Gabriel Jesus, Robinho e Rafael Marques; Lucas Barrios. Técnico: Marcelo Oliveira
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