UOL
Perrone
Em cerca de um mês, o empresário Abilio Diniz foi de esperança de ser o mecenas do São Paulo a pesadelo da diretoria do clube.
No final de julho, dirigentes tricolores afirmavam que ele estava com o cheque na mão para investir num fundo que poderia arrecadar R$ 200 milhões a serem usados pelo clube, sufocado por dívidas. Mas o empresário afirmou ao conselho deliberativo que não daria o peixe, ensinaria a pescar. Ou seja, o dinheiro não veio, e Abilio sugeriu um plano de profissionalização que faz cartolas perderem poder para executivos. Então, uma queda de braço começou.
De um lado, dirigentes criticam Abilio internamente. Afirmam, entre outras coisas, que ele quer mandar no clube, mas não ajuda. Dizem, por exemplo, que nunca usou sua influência como empresário para abrir portas e conseguir patrocínios para o São Paulo. Ou que jamais se interessou por ser conselheiro a fim um dia se candidatar a presidente.
Por sua vez, Abilio cobra a diretoria publicamente pela implantação do plano de profissionalização. Em seu blog no UOL, ele tem alertado conselheiros para a gravidade da situação financeira são-paulina.
Diniz queria uma reunião extraordinária do conselho para que a diretoria explicasse o que fez até agora em relação ao plano que ele defendeu e foi aplaudido pelos conselheiros em julho. Mas esse novo encontro não será marcado. Agora o empresário espera ser convidado pelo presidente do órgão, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, para participar da próxima reunião. Como membro do conselho consultivo, Abilio não tem acesso às reuniões do conselho deliberativo.
Uma nova participação dele seria constrangedora para a cúpula do clube, pois certamente seria cobrada por ele diante de todos. O empresário quer a ajuda dos conselheiros para tentar fazer com que o projeto considerado vital por ele seja colocado em prática.
Leco está numa saia justa e não decidiu o que fazer. Enquanto isso, a diretoria sofre com as cobranças de Diniz. O clube virou um inferno após post publicado por ele no UOL na semana passada, segundo disse um diretor ao blog sob a condição de anonimato. A declaração resume a transformação na maneira de a diretoria enxergar Abilio em apenas um mês.
O Abílio tem toda a razão, como todos os outros clubes brasileiros, as dívidas são enormes. Mas as principais do SPFC são com os bancos, podendo em dois ou três meses, gerar uma inadimplência difícil de ser corrigida. E pela vaidade dos dirigentes atuais, não espero que algo seja feito em favor do clube. Corremos o risco de perdermos jogadores por falta de pagamento, assim como o Santos no início do ano. Mas com um detalhe importante: não temos na base, jogadores com a qualidade de alguns formados na base santista como esses atualmente no elenco! o Aidar acabará com o pouco que resta no SPFC. Lembrem-se da declaração do Michel Bastos: “Vim para o São Paulo, porque aqui se recebe em dia!”, e não foi isso o que aconteceu!!