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Tossiro Neto
Segundo Alexandre Bourgeois, reunião para demití-lo teve tom intimidador e presença de diversos membros da diretoria em uma sala do Morumbi, na quinta-feira passada.
Bourgeois ficou três meses no clube, que alegou falta de resultados (Foto: Léo Pinheiro/Futura Press)
emitido pelo São Paulo na quinta-feira passada, três meses depois de ter sido contratado para chefiar um novo plano de gestão do clube, Alexandre Bourgeois afirma ter sido ameaçado por Olivério Júnior (assessor de imprensa do presidente Carlos Miguel Aidar) no momento da demissão e promete registrar em boletim de ocorrência o episódio, ocorrido em uma sala de reuniões do Morumbi.
– Foi um fato surreal, com ameaça. Uma coisa que não condiz com profissionalismo de nenhuma empresa. Foi covarde, inclusive, no meu modo de ver. Eles me colocaram em uma sala com oito pessoas, começaram a fazer calúnias, das quais não compartilho. Mas o pior de tudo foi um sujeito que estava lá, chamado Olivério Júnior. Foi ele quem me demitiu. Ele falou que é faixa preta de judô e que me bateria se me cruzasse na rua. Realmente, uma baixaria – disse o executivo, nesta terça-feira.
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Segundo o ex-CEO (Chief Executive Officer) do clube, havia ainda mais um assessor de Aidar (Marco Antonio Sabino) e outros membros da diretoria além do presidente: Julio Casares (primeiro vice-presidente), Douglas Schwartzmann (vice de comunicações e marketing), Osvaldo Vieira de Abreu (vice de administração e finanças) e Ataíde Gil Guerreiro (vice de futebol). Todos teriam ficados passivos diante da cena, confirmada pelo próprio Olivério.
– Houve de fato uma grande discussão. O ex-CEO estava denegrindo a minha imagem para jornalistas e tive que me defender. Afinal, esse é o meio que vivo e não posso aceitar que mentiras sejam faladas a meu respeito. Disse a ele que não bateria nele ali por respeito ao São Paulo e as pessoas que também estavam lá. Tenho seis testemunhas disso – defende-se o assessor, em resposta idêntica à dada ao jornal Folha de S.Paulo.
Bourgeois nega ter vazado informações ou “denegrido a imagem” do assessor e acrescenta que, em vez de falta de resultados, como o clube alegou publicamente, outra justificativa recebida para a demissão foi um encontro com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo, dois dias antes.
– Começaram a inventar um monte de mentiras. Só posso ser responsável pelas coisas das quais sou responsável. Tanto que reconheci quando me perguntaram se eu tinha tido um encontro com o Leco. Falei que tive. Foi uma reunião não programada, que aconteceu, na qual tratamos de plano de trabalho, de gestão corporativa do São Paulo e de outros assuntos nada a ver com São Paulo. Falamos do Brasil, por exemplo – afirmou.
– Eu já ia fazer um B.O. Já que o Olivério Júnior reconhece que me ameaçou, agora tenho um B.O. completo. Vou, de fato, fazê-lo – prometeu o executivo, cujo nome havia sido indicado por Abílio Diniz, empresário e consultor do clube, que questionou sua saída.
Para o lugar de Bourgeois, o São Paulo anunciou a contratação de Paulo Ricardo de Oliveira, presidente da Penalty, ex-fornecedora de material esportivo do clube. Até o final do mês, ele vai acumular os dois cargos. A partir de outubro, vai se dedicar exclusivamente à nova função.