Alexandre Bourgeois ficou menos três meses no São Paulo como CEO, uma espécie de diretor-executivo, antes de ser demitido na última quinta-feira. No entanto, o experiente dirigente do mercado financeiro insistiu que os clubes do futebol brasileiro precisam se adaptar a esse modelo. Bourgeois lembrou que além do Flamengo (que tem Rodrigo Caetano ocupando tal cargo), o Grêmio é outro a seguir esse caminho.
– Tem um clube no Brasil que está rompendo com isso e não é só o Flamengo, que está no caminho certo. Ninguém fala, não está fazendo propaganda sobre isso. Até peço desculpas ao meu amigo que é o CEO lá. Mas é o Grêmio. Fez exatamente isso. Tem hoje um conselho de administração onde fica o presidente e as pessoas relacionadas à política do clube. Embaixo desse conselho tem o CEO, que é o Gustavo Zanchi. E abaixo dele tem todas as áreas do clube, seja futebol, marketing, que são executadas por ele. É um modelo viável que eles estão fazendo – revelou.
Em janeiro deste ano, o Grêmio anunciou a contratação do executivo Gustavo Zanchi para assumir a função de Chief Executive Officer (CEO). Zanchi acumula mais de 26 anos de experiência como executivo nas áreas de finanças, suprimentos, produção, logística, vendas, marketing e governança corporativa, com atuação nos setores de alimentação, agronegócio e construção civil em empresas de grande porte. Alexandre Bourgeois acredita que com resultados em campo, os demais clubes brasileiros deverão copiar o modelo.
– Acho que há condição de copiar e adaptar. Tem condição de fazer um modelo que faça sentido para o Brasil. Isso é viável. O Grêmio e o Flamengo estão mostrando esse caminho. Sempre digo que, enquanto as pessoas que estão no clube pensarem nos seus interesses pessoais e colocarem isso acima dos interesses da instituição, não vai para a frente. Acho que o jeito é ter um clube que mostre o caminho. Se um mudar, conseguir mostrar o caminho e ter resultado em campo, os outros vão querer copiar. Acredito que isso não tem volta – disse.
Alexandre Bourgeois, que também possui experiência no mercado esportivo, chegou a participar das negociações da venda de Neymar para o Barcelona. Em menos de 90 dias no Tricolor, o ex-dirigente disse que encontrou no clube uma situação bem diferente da que esperava.