Negociação do São Paulo por zagueiro deve gerar caso inédito no STJD

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UOL

rodrigomattos

A polêmica contratação do zagueiro Igor Maidana pelo São Paulo deve gerar um caso inédito no STJD por irregularidade em transferência de jogador. O caso já é investigado no Departamento de Registro da CBF e será repassado ao tribunal se for constatado problemas, o que é bem provável segundo apurou o blog. Nunca até agora o tribunal julgou esse tipo de caso.

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Maidana era do Criciúma e foi negociado com o Monte Cristo, da terceira divisão de Goiás, por R$ 800 mil. Quem pagou pelo negócio foi a empresa Itaquerão Soccer com sede na capital paulista. Em seguida, dois dias depois, o São Paulo pagou R$ 2 milhões por 60% dos jogador.

Pelo regulamento de transferências de jogadores da CBF, é proibida a participação de terceiros em direitos de jogadores, seguindo regra imposta pela Fifa no final de 2014. É vetada ainda a atuação de intermediários sem registro na entidade, como a Itaquerão Soccer.

Por isso, a confederação iniciou investigação e intimou os clubes a darem esclarecimentos. Eles já começaram a dar explicações nesta quarta-feira. A partir daí, constatadas irregularidades, a confederação enviará o caso para o STJD como previsto em seu regulamento.

A procuradoria do tribunal informou que só vai se manifestar quando a CBF a notificar. A cúpula da corte informou que nunca julgou caso igual a esse. A Fifa não interfere porque as transferências são nacionais: só vai atuar se a confederação nada fizer e descumprir o regulamento.

O blog apurou com quem teve acesso a parte dos documentos que é provável que sejam encontrados problemas. Há um contrato civil assinado entre o Criciúma e a Itaquerão Soccer pelos direitos dos atletas, o que já carateriza uma irregularidade. O fato de o Monte Cristo ter ficado com um jogador só por três dias é um indício de simulação pois indica que não houve fim esportivo na negociação.

A questão é o tamanho do problema para cada clube. Se ficar constatado que terceiros participaram da negociação, aqueles times envolvidos devem ficar sem direito de registrar atletas por um período. Já negociar com agentes não credenciados, como a Itaquerão, costuma gerar pena mais branda: só multa ou advertência.

Questionado, o São Paulo informou que, “quando notificado pela entidade, vai responder com os esclarecimentos”. E ressaltou ter negociado com o Monte Cristo, ou seja, seria inocente pela sua versão. Resta saber como a Itaquerão Soccer foi remunerada pelo clube se foi ela que investiu no atleta.