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O empate com a Chapecoense por 0 a 0 no Morumbi tirou Juan Carlos Osorio, mais uma vez, do sério. O técnico reconhece a irregularidade do São Paulo na temporada, mas acredita que grande parcela da oscilação da equipe pode ser colocada na conta da diretoria. Para o colombiano, o ambiente político do Tricolor é “inacreditável”, graças às trocas de acusações entre o presidente Carlos Miguel Aidar, o ex-CEO Alexandre Bourgeois e o empresário Abílio Diniz.
– Isso (crise política) interfere, tira instabilidade de cima até embaixo. Inacreditável (trocas de acusações). Muitas coisas interferem. Eles são seres humanos como todos. Eles ouvem um falando uma coisa, outro falando outras, carta do um para o outro… Por favor! São muitas coisas para um time, muita gente falando ao mesmo tempo… Não pode ser assim. Os jogadores percebem os problemas que existem no clube – esbravejou.
A bronca de Osorio, no entanto, não pairou somente sobre os dirigentes. O treinador reclamou também do público no Morumbi, tanto em quantidade como na postura. Foram 16.502 torcedores presentes no estádio – boa parte chegou com o jogo em andamento devido ao trânsito – que vaiaram atletas como Wesley e Carlinhos e pouco apoiaram.
– O Flamengo levou 67 mil pessoas em Brasília (contra o Coritiba) e aqui… Torcidas alemãs e inglesas empurram o time, mas na América do Sul é diferente. É o time que precisa empurrar a torcida. Isso eu sinto que atrapalha o rendimento do time. Um verdadeiro torcedor aplaude e torce por sua equipe do começo ao fim. Aqui (no São Paulo) sofremos muito mais com isso – opinou.
Outro fato marcante em relação à torcida aconteceu após o apito final. Fato raro desde o início de seu mandato, em abril do ano passado, Carlos Miguel Aidar foi hostilizado pelos torcedores no Morumbi. Nesta quinta-feira, um grupo que estava na arquibancada azul mandou o presidente, em viagem para o Panamá, “tomar no c…”. Já o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, sofre há tempos com ofensas das torcidas organizadas.