Análise: o “fator Ganso” e o 4-1-4-1 de Osorio na classificação do São Paulo

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GloboEsporte.com

Alexandre Lozetti

Como a entrada do camisa 10 ajudou o Tricolor a eliminar riscos contra o Vasco: ele aproximou o time, teve o auxílio de Pato e fez brilhar ainda mais Thiago Mendes.

Juan Carlos Osorio não consegue descansar Paulo Henrique Ganso. Com vantagem de 3 a 0 da semana passada e o Vasco reserva, o colombiano aproveitou para deixar o camisa 10 no banco. A atuação desastrosa do primeiro tempo levou o meia a campo no intervalo. Planejada ou não, a alteração fez diferença no São Paulo, que saiu do marasmo total para uma exibição morna, mas suficiente para afastar qualquer risco de eliminação, e com o carimbo da inteligência de Ganso.

Não é sua temporada mais brilhante, em desempenho ou números, mas, inegavelmente, ele faz diferença. Oscilando entre o “falso 9”, homem mais adiantado e centralizado do ataque que se movimenta por todo o setor, e um complemento de meio-campo, Ganso esteve sempre por perto da bola. Foi o elo de ligação entre jogadores que, no primeiro tempo, pareciam não se conhecer.

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Veja no vídeo acima um pequeno compilado de lances em que o camisa 10 estava sempre por perto para receber a bola, inclusive no lance do gol de Centurión.

começo

Escalação do São Paulo no início do jogo contra o Vasco (Foto: Arte: GloboEsporte.com)Escalação do São Paulo no início do jogo contra o Vasco (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Bruno e Ganso poupados, Lyanco na lateral, Wilder e Centurión à frente e um 4-1-4-1 (com variação para o 4-3-3), com Thiago Mendes à frente da zaga, Wesley e Carlinhos na segunda linha. O São Paulo ficou completamente perdido. Não só pelas opções de Osorio, como também pela morosidade de seus jogadores. Carlinhos não funcionou, não houve troca de passes (algo que o técnico colombiano abomina) e o lado direito, com Wilder errando cruzamentos, Lyanco com dificuldades de posicionamento e Wesley perdendo bolas, uma atrás da outra, foi tenebroso.

cadê vocês?

Vejam o desespero do menino Lyanco, 18 anos, ao não ver um companheiro sequer se apresentar para receber o passe. Resultado? Um drible perigoso no campo de defesa. Ele saiu no intervalo para a entrada de Bruno, titular da posição.

sempre ele

O São Paulo ainda perdia quando Pato arriscou de fora da área e quase repetiu o jogo do Morumbi, em que marcou um golaço. Dessa vez, com a bola mais fraca e rasante, Jordi conseguiu bela defesa após o quique.

o melhor

A presença de Ganso fez o São Paulo ficar com a bola e assumir o controle da partida, mas ninguém jogou tanto futebol no Maracanã como Thiago Mendes. No primeiro tempo, coube a ele corrigir (inclusive com uma falta que lhe rendeu cartão amarelo) os erros do meio-campo, que perdia a bola com muita facilidade. No segundo, ele deitou e rolou. Principalmente depois que Hudson entrou e liberou seu posicionamento mais adiantado. Ele estava dentro da área para fazer o gol – marcado por Centurión – e participou ativamente da troca de passes. A do vídeo acima terminou com um chute perigoso.

acabou!

O Vasco passou a precisar de quatro gols depois que o argentino, em nova jornada irregular, completou cruzamento de Alexandre Pato. O árbitro poderia ter encerrado a partida ali.