UOL
Guilherme Palenzuela
Gabo Morales/Folhapress
Ataíde foi demitido por Aidar e deverá fazer parte da nova direção
Pivô da renúncia de Carlos Miguel Aidar, o vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, afirmou em reunião de seu grupo político na noite de quinta-feira (15) que entregará nos próximos dias ao conselho deliberativo a gravação em áudio na qual Aidar supostamente indica que houve desvio de dinheiro na gestão e propõe o desvio da comissão na contratação de um jogador da Portuguesa.
Segundo apurou o UOL Esporte, Gil Guerreiro, porém, afirmou a seus aliados que entregará apenas a primeira parte do áudio, e não a gravação completa, sob o argumento de que não tem provas do que Aidar teria dito sobre o ex-vice-presidente de marketing Douglas Schwartzmann.
Se entregue até a próxima semana, a gravação poderá ser recebida diretamente por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que neste momento é presidente interino do clube, mas também acumula a presidência do conselho deliberativo até a próxima eleição, na qual ele será candidato e que deverá acontecer no próximo dia 27.
O grupo político do qual Ataíde Gil Guerreiro faz parte é a Legião, que já posicionou apoio a Leco na candidatura e forma hoje a principal base de sustentação do presidente interino. O grupo posicionou a Gil Guerreiro no encontro que é necessário que ele entregue a gravação para que o clube dê sequência à apuração dos supostos atos lesivos da gestão Aidar. Segundo membros da Legião, o vice de futebol concordou, mas fez a ressalva de que entende que não deve levar ao conselho as frases do ex-presidente sobre Douglas Schwartzmann, por se tratarem de suposições.
No e-mail enviado por Ataíde Gil Guerreiro a Carlos Miguel Aidar dois dias após a briga entre os dois, o vice de futebol descreve ter feito no dia 3 de outubro uma gravação escondida de conversa entre os dois na qual Aidar fala sobre a possibilidade de desviar dinheiro na contratação de Gustavo Cascardo, lateral direito de 18 anos que até então era da Portuguesa – transferiu-se para o Atlético-PR -, sobre uma tentativa mal sucedida de comissionar a empresa da namorada, Cinira Maturana da Silva, no contrato com a Under Armour e que Douglas Schwartzmann é o “cabeça de uma operação fraudulenta” no caso da comissão do contrato de fornecimento de material esportivo, assinado com a Far East Global, empresa de Hong Kong e de propriedade do norte-americano Jack Banafsheha, que não teria participado da negociação.
Parte do conselho do São Paulo está empenhada em apurar até os mínimos detalhes da gestão Aidar a partir do início da análise da gravação, e tem como objetivo excluir o ex-presidente do conselho além de cobrar ressarcimento se os fatos forem comprovados.
