Crise de gestão do SP deixa Doriva sem planejamento para 2016

A crise política no São Paulo comprometeu o planejamento do clube para a próxima temporada. Se a escolha do técnico Doriva como sucessor de Juan Carlos Osorio foi rápida, os projetos visando 2016 foram abandonados enquanto Carlos Miguel Aidar convive com a possibilidade de renunciar à presidência, segundo contam seus aliados.

Aidar foi aconselhado por alguns dirigentes próximos a deixar o cargo. Mas, em reunião com um grupo de ex-presidentes e conselheiros aliados na tarde de quinta-feira, informou que continuará na presidência do clube enquanto tenta reconstruir a diretoria, dissolvida de forma completa na última terça-feira.

Enquanto isso, todo o planejamento para 2016, entre contratação de jogadores, renovação de contratos, vendas e dispensas, foi deixado de lado. Os projetos visando a próxima temporada estão parados desde a exoneração do ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, após a briga com Aidar, e a demissão do ex-diretor Rubens Moreno,

“Não sentamos, é muito recente. Cheguei ontem, nem tive tempo de sentar e conversar. Com passar dos dias, vamos sentar e conversar. Tem de sair na frente, planejar antes, mas não estou à parte de nomes, precisa de tempo para poder planejar”, falou Doriva ao ser questionado sobre o planejamento da diretoria para a próxima temporada. Na última quinta, o treinador comandou seu primeiro treino ao lado do auxiliar Eduardo de Souza e do preparador físico Anselmo Sbragia, que reforçaram a comissão técnica.

Ataíde Gil Guerreiro afirmou que negociava nas últimas semanas com quatro jogadores indicados por Osorio para 2016. O São Paulo, agora, terá de correr para conseguir retomar o planejamento para a temporada seguinte a dois meses do término do calendário do futebol em 2015.

O São Paulo ainda não tem novo vice de futebol ou diretor do departamento, assim como não definiu qualquer cargo da nova diretoria. Na quinta-feira o UOL Esporterevelou que Ataíde Gil Guerreiro enviou a Aidar um e-mail em que pede a renúncia do presidente, indicando que houve desvio de dinheiro do clube em comissionamento em negociações de jogadores e, possivelmente, em acordos do departamento de marketing. Ainda diz a Aidar que ele e sua namorada, Cinira Maturana da Silva, “estavam realmente lesando os interesses do clube”.

Aidar poderá enfrentar a partir da próxima semana um processo de impeachment, uma vez que não optou pela renúncia. No e-mail, Gil Guerreiro diz que gravou conversa comprometedora em que Aidar sugere repartir o desvio de dinheiro na comissão de um jogador a ser contratado. Ainda afirma que, caso Aidar não renuncie, entregará a gravação ao presidente do conselho deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.