UOL
Guilherme Palenzuela
mportantes dirigentes do São Paulo, entre eles o vice-presidente geral Julio Casares, irão colocar até quarta-feira os cargos à disposição do presidente Carlos Miguel Aidar. Parte da diretoria do clube, assustada com o episódio da agressão física que causou a exoneração do vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, não vê mais como ajudar a atual gestão e conversa para que o movimento seja organizado, uniforme e com a possibilidade de uma saída em massa.
Segundo apurou o UOL Esporte, participam da iniciativa, além de Julio Casares, o vice-presidente de comunicação e marketing Douglas Schwartzmann, o vice-presidente social Antonio Donizeti Gonçalves, o diretor administrativo José Alberto Rodrigues dos Santos, o diretor jurídico Leonardo Serafim dos Anjos, o diretor de relações internacionais Eduardo Alfano, e o diretor de relações instituicionais Dorival José Decoussau, entre outros.
A movimento une sentimentos de todos os principais departamentos do clube, que querem deixar Carlos Miguel Aidar à vontade para trocar cargos e reconstruir a diretoria a partir de novos nomes. A iniciativa enfraquece Aidar politicamente, cada vez mais isolado de seus aliados. Se as saídas se concretizarem, o presidente sofrerá golpe duro na gestão e dentro do conselho deliberativo do clube, casa em que Aidar se viu enfraquecido na última reunião do conselho, na qual foi feita uma sugestão por uma moção de desconfiança contra a administração do presidente, que já tem assinatura de 67 conselheiros segundo a oposição.
Na noite de segunda-feira, horas após a briga, Aidar exonerou Ataíde Gil Guerreiro do cargo. Segundo relatado por dirigentes, o vice de futebol desferiu um soco contra o presidente durante café da manhã no Hotel Radisson, no Itaim, na zona oeste de São Paulo. Na manhã desta terça-feira, Gil Guerreiro entregou, segundo Aidar, a carta de demissão, mas já havia sido exonerado. Depois do anúncio, o diretor de futebol Rubens Moreno também entregou o cargo e já não faz mais parte da diretoria.
A tempestade política do São Paulo acontece no dia em que a diretoria esperava ouvir do técnico Juan Carlos Osorio o anúncio de deixar o clube para comandar a seleção do México. Osorio tinha como único dirigente próximo o agora ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro. Nesta quarta-feira, o São Paulo possivelmente acordará sem treinador, vice de futebol e diretor de futebol.
A agressão de Gil Guerreiro teria sido, segundo membros da diretoria, o resultado da ira por uma série de discordâncias entre ele e Aidar, das quais fazem parte a conduta do caso Iago Maidana, a saída de Osorio, a escolha do próximo treinador e a demissão do ex-gerente de futebol Gustavo Vieira de Oliveira, há quatro meses.
Acho que um julgamento nesse momento é precipitado. O que será que significa tudo isso? Ao contrário de muitos ainda acredito no Aidar. Pode ser que ele seja realmente o pilantra que boa parte da torcida e mídia falam, mas pode ser também que ele esteja tirando o doce de muita gente acostumada a mamar nas tetas do São Paulo, e falo não só dos dirigentes mas da mídia também. É incrível como a mídia está encima do Aidar, e só por isso já me leva a pensar um pouco mais e questionar se na verdade ele não está é fazendo uma limpeza. Não sou inocente de achar que ele não leve nada, mas talvez esteja diminuindo drasticamente o tamanho da corte que vive às custas do São Paulo.