Doriva sofre para apagar sombra de Osorio dentro e fora do campo no SP

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UOL

Danilo Lavieri

  • Reprodução / ESPN

    Carlos Miguel Aidar apresenta Doriva como técnico do São Paulo

    Carlos Miguel Aidar apresenta Doriva como técnico do São Paulo

Sem ganhar desde quando chegou, há três jogos, Doriva precisa vencer um obstáculo para poder comemorar a primeira vitória com o São Paulo neste domingo (23), contra o Coritiba: esquecer a sombra deixada por Juan Carlos Osorio.

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O treinador colombiano foi embora de uma maneira conturbada e deixou marcas. Os jogadores ainda sentem a diferença entre os estilos de trabalho e admitem publicamente isso.

Thiago Mendes, por exemplo, afirmou que é difícil mudar o estilo e isso atrapalha o momento do São Paulo. O próprio treinador sabe da dificuldade e comentou sobre o trabalho que é mudar a cabeça de cada atleta.

“Há uma dificuldade de compreensão, é natural. Mas como eu disse, eles estão assimilando rápido. Não é uma coisa de outro mundo para eles. É uma coisa que eles estão habituados, porque já têm experiência. Meu trabalho agora é cobrar e convencer de que aquilo é o correto para que o time não dependa só dos valores individuais”, afirmou.

“Quando você assume o trabalho de outro, é difícil o trabalho. Muda o jeito de jogar, tem de convencer os atletas de uma função que ele precisa fazer”.

Doriva aboliu o rodízio, tenta mudar o sistema tático dando mais obrigação de marcação a todos e diz ver o time sem compactação. Falou publicamente que precisa mudar as linhas do time para mais eficiência. “Eu não entendo futebol assim, é futebol moderno. Com todo mundo tendo função defensiva”, analisou o comandante.

Não é só na questão tática que Osorio ainda é lembrado. O agora treinador do México sempre foi muito querido pelos funcionários e por boa parte do grupo.

No conselho, ele já é visto como vítima dos problemas da gestão de Carlos Miguel Aidar, que renunciou. Presidente interino e apontado como favorito a suceder Aidar, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, chegou a dizer que, se fosse ele o presidente, Osorio teria permanecido. O que faz Doriva precisar lidar com o rótulo de herança do agora contestado ex-presidente.

 

Na imprensa, o atual treinador é constantemente analisado com base no trabalho de antecessor e declarou “que tinha suas convicções e que sabia o que precisava fazer”.

Não vencer o Coritiba neste domingo (25) pode significar ver igualada a pior sequência do ano no São Paulo. Sem ganhar desde que chegou, o já pressionado Doriva vai para o seu quarto jogo e tem como seu único ponto o empate por 2 a 2 contra o Vasco. O treinador acumulou ainda derrotas para Fluminense e Santos.

Ficar no empate ou perder para o time paranaense colocaria o técnico na mesma situação que Juan Carlos Osorio viveu entre as rodadas 8 e 11 do Brasileirão. Naquela ocasião, o colombiano viu sua equipe empatar com Avaí e Fluminense, ser goleada pelo Palmeiras e cair diante do Atlético-PR.