UOL
Guilherme Palenzuela
Matt May/Tampa Bay Rowdies/Divulgação e Zanone Fraissat/Folhapress
Aidar (esq.) renunciará, e Leco (dir.) assumirá e será candidato
A política do São Paulo ferve nesta terça-feira (13), dia em que Carlos Miguel Aidar oficializará a renúncia à presidência do clube.
No cenário instável, de conversas entre partidos e fragmentação dos mesmos, a única certeza é que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do conselho deliberativo, será presidente interino do São Paulo e também candidato a governar até abril de 2017. Neste momento, ex-aliados de Aidar que faziam parte da última diretoria e formaram aliança tentam escolher um candidato para concorrer no pleito.
O cenário que vale para hoje pode mudar até o fim da semana. Há poucos partidos são-paulinos que se posicionam de forma uniforme – a maioria dos grupos políticos está dividida, e há pelo menos 50 conselheiros que ainda não têm posicionamento definido para a próxima eleição.
O UOL Esporte mostra qual é, hoje, o panorama da disputa política do São Paulo:
Quem escolherá o sucessor de Aidar?
O conselho do São Paulo é composto por 240 conselheiros, sendo 160 vitalícios e 80 eleitos – com o mesmo peso de voto. Os principais líderes da política são-paulina acreditam que serão entre 180 e 190 os conselheiros participantes da próxima eleição, uma vez que em 2015 não houve quórum superior a 168 conselheiros em nenhuma das reuniões bimestrais. Após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, Leco assumirá como presidente do conselho e terá até 30 dias para convocar a eleição – deverá fazê-lo em cerca de 20 dias.
Quem apoia Leco?
Carlos Augusto de Barros e Silva quer ser candidato e será. O principal partido que o apoia é a Legião, do ex-vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, pivô da ameaça de impeachment contra Aidar e autor do e-mail no qual cita ter gravado o presidente falando sobre como desviaria dinheiro do clube na contratação de um jogador da Portuguesa e também sobre a tentativa de comissionar a empresa da namorada, Cinira Maturana da Silva, no contrato com a Under Armour.
Outro partido que apoia de forma integral a candidatura de Leco é o Clube da Fé, do hoje coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha. Há, além desses, ainda o apoio de conselheiros que romperam no último sábado com o Movimento São Paulo, e conselheiros do grupo Vanguarda, que não pretendem acompanhar o voto do partido. Outro apoio importante e que Leco já tem é o de conselheiros aliados ao ex-presidente Juvenal Juvêncio, que, dependendo das conversas, pode ser restrito a mais próximos ou mais amplo, com conselheiros que hoje são independentes e sem partido.
Quem está contra Leco?
Os ex-aliados de Carlos Miguel Aidar formaram na noite de domingo uma aliança para tentar lançar um candidato, sem nome definido. Fazem parte desse grupo: o Movimento São Paulo, pós-racha, liderado pelos ex-vice-presidentes Douglas Schwartzmann (marketing) e Antonio Donizeti Gonçalves, o Dedé (social); o Força São Paulo, partido dissidente do Clube da Fé, dos ex-diretores Eduardo Alfano (relações internacionais) e Dorival Decoussau (relações institucionais); e a maior parte do grupo Vanguarda, do ex-presidente José Augusto Bastos Neto e do vice do conselho deliberativo Marcelo Pupo.
Alguns conselheiros do grupo Participação que eram da diretoria de Aidar já dão como certa a entrada na aliança contra Leco. Um deles é o ex-vice-presidente geral Julio Casares. Outros membros do Participação admitem a fragmentação do grupo e dizem que votarão em branco.
Quem ainda não se posicionou?
O grupo mais importante hoje entre os conselheiros que ainda não se posicionaram é o Tradição, do ex-presidente Fernando Casal de Rey. O grupo tem bom número de votos e na última eleição se aliou ao Clube da Fé, de Marco Aurélio Cunha, e fez oposição a Carlos Miguel Aidar. A tendência, hoje, é que o Tradição – talvez não totalmente – apoie Leco.
Outro grupo que tem boa relação com o Tradição é um de oposição ferrenha a Aidar e a Juvenal Juvêncio, de conselheiros mais jovens, eleitos, que ainda estuda o momento. A vontade de parte deste grupo era apoiar a candidatura do próprio Casal de Rey, mas há também flerte com a ideia de apoiar Leco para um governo curto, até abril de 2017, para só na próxima eleição tentar lançar candidato.
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