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Vitor Geron
Dez estrangeiros já vestiram a camisa tricolor depois que Lugano deixou a equipe, em 2006, mas nenhum chegou perto de repetir o sucesso do zagueiro uruguaio.
Darío Pereyra, Pedro Rocha, Pablo Forlán, Poy e, mais recentemente, Diego Lugano. Não são poucos os estrangeiros que fizeram sucesso com a camisa do São Paulo. Mas desde que o zagueiro uruguaio saiu do Tricolor, há quase dez anos, nenhum gringo deixou muita saudade na torcida. O gol de Centurión contra o Vasco, na última quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Brasil, reacendeu a esperança no atacante argentino que, ao lado do colombiano Wilder Guisao, tenta mudar o cenário.
– Felizmente estou bem e adaptado. Quero ajudar a equipe e, se o Osorio precisar de mim, estou à disposição. O importante é trabalhar e manter os nossos objetivos, porque queremos uma vaga na Libertadores da América de 2016 – disse Centurión ao site oficial do clube.
O argentino vinha tendo poucas oportunidades nas últimas partidas e chegou a ser liberado para resolver questões particulares em seu país. A expectativa dele agora é que o gol que ajudou o São Paulo a confirmar a vaga para a semifinal da Copa do Brasil sirva para que ele volte a ganhar uma nova chance no ataque titular do Tricolor.
O último estrangeiro a brilhar no São Paulo foi Lugano, que encerrou sua passagem pelo clube em 2006 com status de ídolo, após 176 jogos e as conquistas do Mundial, Libertadores, Brasileiro e Paulista. De lá para cá, dez gringos estiveram no clube. Juntos, eles defenderam o São Paulo em 213 partidas oficiais e marcaram 12 gols. Uma média de 21,3 jogos por atleta. Confira abaixo, a lista completa de estrangeiros nos últimos dez anos.
Neicer Reasco
O bom momento na LDU fez o São Paulo apostar no jogador da seleção equatoriana como o substituto do lateral-direito Cicinho para a temporada de 2006. Na estreia pelo Tricolor, porém, ele sofreu uma grave lesão que o afastou dos gramados no restante da temporada.
Ao retornar, no ano seguinte, após poucos jogos, uma fratura na tíbia e na fíbula impediu Reasco de ter uma sequência na equipe. Depois de se recuperar, em 2008, ele voltou para a LDU com apenas 25 partidas com a camisa tricolor.
NElson Saavedra
O chileno Nelson Saavedra certamente é uma das contratações mais misteriosas da história do São Paulo. Se você não lembra dele, provavelmente não seja o único. Contratado como uma aposta, similar ao que ocorreu com Lugano, o jogador chegou como lateral-direito, em 2009, mas na apresentação tratou de corrigir a informação ao afirmar que atuava como zagueiro.
Após um ano e meio no clube, tudo o que ele conseguiu foi aparecer entre os relacionados para uma partida contra o Santo André. No entanto, ele foi cortado do banco e, após um empréstimo ao Atlético-GO (onde também não jogou), ele deixou o São Paulo, em 2010, para jogar no Cobreloa, do Chile.
Adrián González
Em 2009, o argentino Adrián González foi a nova aposta “gringa” do São Paulo para encontrar um substituto para Cicinho na lateral direita. Aos 32 anos, o jogador chegou do San Lorenzo, da Argentina, com a expectativa de fazer suprir a carência na posição. Na época, o São Paulo já havia tentado resolver o crônico problema na direita com Reasco, Jancarlos, Éder, Joílson e Wagner Diniz, sem sucesso.
González acabou sendo mais um que não deu certo, e sua passagem pelo Tricolor ficou mais famosa pelo desmaio que ele sofreu durante uma entrevista coletiva. Foram nove jogos pelo São Paulo até 2010, quando ele foi jogar no Arsenal Sarandí, da Argentina.
Iván Piris
Em 2011, o São Paulo ainda tentava resolver o problema na lateral direita e buscou o jovem paraguaio Iván Piris, junto ao Cerro Porteño. Naquele ano, o jogador ficou conhecido por ter parado Neymar em três partidas que sua equipe fez contra o Santos pela Libertadores.
Batizado pela imprensa paraguaia como “o melhor marcador da América do Sul”, Piris não repetiu as boas atuações no Brasil. Em novo confronto contra Neymar, ele tomou uma sequência de cinco dribles, até fazer a falta, na derrota do São Paulo para o Santos por 2 a 0, em 2012. No mesmo ano, ele foi negociado com a Roma, da Itália, após 42 partidas pelo Tricolor.
Marcelo Cañete
O argentino Cañete surgiu no Boca como candidato a sucessor de Riquelme. Após boa passagem pela Universidad Católica, do Chile, chegou ao São Paulo em 2011. Uma grave lesão que o afastou dos gramados por mais de um ano e o futebol pouco produtivo fizeram que ele fosse pouco utilizado.
Esperança da torcida no início, nunca teve espaço na equipe e foi emprestado diversas vezes – para Portuguesa, Náutico e São Bernardo. Em 2015, com o fim do vínculo com o São Paulo, foi jogar no CRB. No Tricolor foram 23 partidas e apenas um gol.
Clemente Rodríguez
As três conquistas da Libertadores pelo Boca e as recorrentes convocações para a seleção argentina de Clemente Rodríguez fizeram com que os torcedores do São Paulo vissem a contratação do lateral-esquerdo, em 2013, com grande expectativa. Apesar de já veterano e em um momento descendente da carreira, o jogador tinha currículo para resolver os problemas na posição.
Porém, uma expulsão na estreia e outras duas partidas ruins bastaram para que o jogador jamais tivesse outra oportunidade no São Paulo. O alto salário e a idade avançada dificultavam uma nova negociação, e o argentino por muitas vezes foi presença de luxo nos treinos das equipes de base. Rodríguez virou um problema do qual o Tricolor só conseguiu se livrar em 2015, quando ele seguiu para o Colón, da Argentina.
Álvaro Pereira
Uruguaio, amigo de Lugano, uma carreira de sucesso na seleção e boa passagem pela Europa. Álvaro Pereira tinha tudo para dar certo na lateral esquerda do São Paulo. E talvez seja o gringo que mais agradou aos torcedores desde que seu compatriota deixou a equipe.
Com o tempo, a queda de rendimento e as diversas suspensões preocuparam a comissão técnica tricolor, que pediu a contratação de Carlinhos. O uruguaio perdeu espaço e acabou sendo liberado para o Estudiantes, da Argentina, no início de 2015.
Dorlan Pabón
Em 2014, o atacante colombiano Pabón chegou ao São Paulo como um “presente”. Sem dinheiro, o clube do Morumbi buscava um atacante e recebeu a proposta de um grupo de investidores que gostaria de colocar o jogador, em baixa no Valência, da Espanha, novamente em evidência.
Rendimento abaixo do esperado e salário alto pesaram para que ele não continuasse na equipe. E com a chegada de Alan Kardec, o colombiano foi liberado para o Monterrey, do México, poucos meses depois, com dois gols marcados em 18 jogos.
Ricardo Centurión
Em 2015, Centurión chegou ao São Paulo por R$ 14 milhões após grandes atuações no Racing, da Argentina. O atacante acabou servindo como talismã do São Paulo na Libertadores, ao entrar na segunda etapa e fazer gols decisivos.
Mas a vida do argentino em São Paulo não foi fácil no início. Em entrevista, ele chegou a afirmar que vivia “em uma bolha” e não era entendido pelos companheiros. Raramente foi titular com a chegada de Juan Carlos Osorio. Opção reserva para o ataque, tem seis gols em 38 jogos até aqui.
Após a participação decisiva contra o Vasco, na quarta-feira, pela Copa do Brasil (veja no vídeo acima), ele espera voltar a ter mais oportunidades na equipe para, quem sabe, encerrar com a maré de azar dos gringos no Tricolor.
Wilder Guisao
Quando contratou Osorio, São Paulo e o técnico concordaram que não iriam trazer um pacotão de colombianos. A exceção foi Wilder Guisao, que era atacante do Toluca, do México, mas conquistou bons resultados pelo Atlético Nacional, da Colômbia, quando foi comandado pelo “profe”.
Por enquanto, Wilder, como gosta de ser chamado, ainda não decolou no Tricolor, e é uma das opções para o ataque que tem como principais estrelas Alexandre Pato e Luis Fabiano, além de Alan Kardec, que está voltando após grave lesão. Até aqui, ele marcou um gol em dez partidas pelo São Paulo.
Centurión no paulistão, foi melhor do time contra nossos maiores rivais. Num segundo jogo decisivo na casa do Danúbio na libertadores, que custaria uma eliminação, esse argentino faz o gol da vitória. No primeiro jogo decisivo contra o Cruzeiro na libertadores, quando todo mundo achava que o São Paulo ia empatar, aos 37 minutos do segundo tempo, o Centurión nos salva de novo. No segundo jogo, foi banco para Michel Bastos e fomos eliminados nos pênaltis sem jogar nada. Nas batidas de pênaltis, Centurión fez a melhor cobrança. Contra o Vasco no brasileiro, ele fez a jogada que resultou em 3 gols. No jogo seguinte, foi decisivo contra o Coritiba.
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