Mesmo após renúncia, oposição tenta expulsar Aidar do São Paulo por briga

GloboEsporte.com

Tossiro Neto

Ofício protocolado na terça-feira pede que Conselho de Ética e Disciplina analise o episódio entre o ex-presidente e Ataíde Gil Guerreiro, na semana passada.

Ter renunciado à presidência do São Paulo não vai tirar Carlos Miguel Aidar dos holofotes. Pelo menos é o que espera um grupo de conselheiros que faziam oposição à gestão que se encerrou na última terça-feira. Eles querem Aidar fora do clube definitivamente. Para isso,  protocolaram ofício para que a briga entre o ex-mandatário e o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, seja analisada pelo Conselho de Ética e Disciplina.

A ideia é tentar expulsar ambos do quadro de associados com base no artigo 34 do estatuto do clube, segundo o qual constitui infração passível exclusão o “mau comportamento do associado nas dependências do Clube consideradas estas, por extensão, os centros de treinamento e outras assemelhadas, ou como representante deste em qualquer local”.

Reduzida por Aidar a “uma discussão acalorada” e classificada por Ataíde como “um entrevero”, a briga ocorreu no hotel Radisson, na zona sul da capital paulista, onde eram realizadas frequentes reuniões entre integrantes da alta cúpula são-paulina. No ofício, os conselheiros argumentam que o episódio, “ainda que divergentes as versões, parece ter desbordado em muito o decoro, temperança, interesses e boa imagem do Clube”.

O texto acrescenta que parece “haver, no mínimo, indícios de que ambos praticaram a conduta inconveniente e incompatível com as tradições” do São Paulo. Por fim, pede que seja instaurado processo ético-disciplinar para analisar o caso.

De acordo com relatos ouvidos pelo GloboEsporte.com, Ataíde (exonerado da vice-presidência de futebol na terça-feira da semana passada, dia seguinte ao fato, mas já recolocado no posto) acertou um soco em Aidar, que caiu no chão e teve que ser ajudado por garçons e seguranças do hotel. A briga teria sido filmada por câmeras do local.

Caso o Conselho de Ética acate o pedido de abertura do processo e julgue necessário, essas imagens podem ser solicitadas judicialmente em nome do clube. O comitê é formado por cinco conselheiros: Wilton Brandão Parreira Filho, Antonio Luiz Belardo, Renato de Albuquerque Ricardo, Mário Lourenço e José Moreira.