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Marcelo Hazan, Martín Fernandez e Tossiro Neto
Presidente do clube viu diversos dirigentes pedirem demissão nesta terça-feira após a saída de Ataíde Gil Guerreiro, com quem brigou um dia antes, em um hotel da capital.
Diferentes grupos políticos do São Paulo intensificaram nesta terça-feira articulação para isolar o presidente Carlos Miguel Aidar e forçá-lo a renunciar. Diante da saída em massa de dirigentes após a demissão de Ataíde Gil Guerreiro, a ideia é convencer o maior número de conselheiros a recusar eventuais convites para integrar a nova cúpula que será constituída pelo mandatário.
– Se ninguém aceitar o convite, ele não vai ter condição moral de continuar no cargo – entende um conselheiro consultado pela reportagem, referindo-se à nota oficial na qual Aidar afirmou que a “recomposição da diretoria” será “baseada em conversas com todos os grupos políticos”, “com o objetivo maior de pacificação”.
Um cardeal tricolor acredita que o movimento em massa dos dirigentes tem que ser dividido: de um lado estão os que realmente querem enfraquecer Aidar, de outro estão os que pretendem voltar a ocupar cargos – estes estariam, nas palavras desse dirigente, “fazendo jogo de cena”. Seriam os casos dos vice-presidentes Julio Casares (primeiro vice), Osvaldo Vieira de Abreu (administração e finanças), Antônio Donizeti Gonçalves (social e de esportes amadores), Carlos Alberto de Mello Caboclo (patrimônio) e Douglas Schwartzmann (comunicações e marketing).
Já o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, prefere “aguardar” os próximos movimentos.
– Temos que esperar os acontecimentos, as manifestações, tudo, para poder avaliar. Eu percebi é que foi muito intensa a manifestação – ponderou o chefe do órgão soberano do clube, não sem se dizer surpreso.
– Tenho 31 anos de vida política no São Paulo, 27 deles como conselheiro. E nunca vi nada parecido. Jamais aconteceu algo assim – disse.
Outra manobra política que ganhou mais força nesta terça-feira foi a proposta de moção de desconfiança em relação ao presidente. Na última reunião do Conselho Deliberativo, em 28 de setembro, foram colhidas assinaturas de 62 conselheiros, motivados pela revelação do “caso Iago”, mas o requerimento não foi à votação. De acordo com conselheiros, a adesão à proposta aumentou nesta terça-feira e deve crescer ainda mais nos próximos dias.
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Embora o próprio Aidar tenha pedido para que o tema fosse votado, Leco alegou que isso dependeria de uma pauta especial, respeitando as devidas formalidades. Com votos suficientes, uma moção como essa significaria uma demonstração de desprestígio do mandatário.