Questão é Abílio Diniz, além de Leco ou Fernando Casal de Rey

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UOL

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Assim que Carlos Miguel Aidar anunciou a entrega da renúncia para esta terça-feira, foi iniciada a discussão discussão  sobre quem será o presidente; se haverá candidatura única de Carlos Augusto de Barros e Silva ou Fernando Casal De Rey concorrerá com ele ao cargo.

Lamento que, acima disso, não se debata muito mais quais devem ser as prioridades do eleito e como irá implementá-las.

É fundamental elevar a qualidade da discussão.

Propor e elucidar como as ideias serão estabelecidas em ações.

Não adianta colocar o Leco, o Fernando Casal De Rey [provavelmente seria o candidato de consenso da oposição, caso Carlos Miguel Aidar cumprisse o mandato e concorresse de novo, por isso talvez queira disputar o pleito], ou qualquer cartola, e ficar dependendo da plena honestidade do gestor, e de ele ‘apenas’ acertar nas contratações de jogadores e do treinador.

Isso seria como plantar sementes no solo de pouca fertilidade.

O problema do São Paulo é que hoje a agremiação é terra ruim [me refiro ao modelo de administração, não ás pessoas].

Não tem os nutrientes para alimentar e dar sustento, tal qual a sua grandeza exige, ao que construir,  por exemplo, no próprio departamento de futebol.

A situação de insolvência, porque as dívidas são maiores que a arrecadação anual, fala por si.  O Banco Itau a citou.

O futuro presidente precisa auditar as contas, pois os números são questionáveis, para ter o norte exato e poder, de maneira técnica, com profissionais especializados, planejar e operacionalizar as medidas de cura das finanças.

A disponibilidade de Abílio Diniz, um dos° homens mais ricos do continente, bilionário empreendedor e profundo conhecedor do mercado, para cooperar, tem valor incalculável  e é indispensável.

Abrir mão de tudo que pode oferecer será uma sandice.

O presidente, não importa qual for, precisa ouvi-lo para a instituição entrar rapidamente no mundo empresarial de primeiro escalão, com ações profissionais, tais quais a avaliação dos contratos vigentes,  análise de todos ativos do clube, renegociação de dívidas, imposição de teto de gastos, captação de recursos e estipulação de meta realista para o restabelecimento da saúde econômica da instituição, tudo feito por profissionais de alto nível e atualizados com a realidade do mercado.

A credibilidade e o conhecimento do empresário tornam muito mais viável o que citei.

Não creio que alguém tão ocupado como ele faça questão de ocupar um cargo formal.

Deve indicar funcionários para executarem aquilo que crê ser fundamental.

Desse jeito, além de ensinar como gerir, talvez até contribua com dinheiro para acelerar a melhora da agremiação.

É fácil compreender por qual motivo não quis assinar o cheque com Aidar na presidência.

Apenas quem é extremamente ingênuo acha que não sabia o que acontecia.

Por isso tentou, no Conselho, implementar novo modelo de gestão e impedir que o clube afundasse ainda mais.

O escolhido pelos conselheiros para ser presidente ganhará a oportunidade de entrar na história, se tiver coragem e habilidade política para puxar o clube ao mundo da administração contemporânea em vez de ser mais um clichê, competente ou não, de cartola.

O momento da economia no país não sugere que será fácil arrecadar e reequilibrar as finanças.

O ‘fator Abílio Diniz’ é um oásis, hoje, na savana nacional de dinheiro e investimentos no futebol.